Cerca de 15 mil novos deslocados procuraram refúgio na cidade de Gereida, depois de novos confrontos na conflituosa zona ocidental do Sudão, estado de Darfur do Sul.
Cerca de 15 mil novos deslocados procuraram refúgio na cidade de Gereida, depois de novos confrontos na conflituosa zona ocidental do Sudão, estado de Darfur do Sul. a área, que já antes foi severamente afectada, voltou a testemunhar uma nova vaga de deslocados, disse Paul Conneally, coordenador de comunicação do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), à agência de notícias IRIN, na quinta-feira, 24 de Novembro. as 23 aldeias que foram afectadas pelos confrontos encontram-se basicamente vazias, acrescentou.como sempre, os civis são os que mais sofrem com este clima de insegurança e são obrigados a reunir as suas posses e fugir.
Os confrontos mais recentes são um reflexo da intensificação do conflito na região de Darfur, já desde Setembro. De acordo com o relatório do CICV, nos confrontos da área de Geseida estão envolvidos vários grupos armados, ilustrando a natureza complexa do conflito de Darfur. É um misto de oposição tribal, rebeldes, milícia e forças armadas sudanesas. É muito difícil saber exactamente o que se está a passar, disse Conneally.
Muitos dos deslocados chegaram a Gereida de mãos vazias. Todos estavam esfomeados, amedrontados e exaustos depois de tudo o que passaram. Depois de inicialmente se terem espalhado pela cidade, os 15 mil novos deslocados foram reunidos e organizados no que se tornoui o terceiro campo de deslocados da cidade.
Somos praticamente a única organização aí presente a tempo completo, e neste momento a nossa capacidade de resposta é apenas suficiente. Porém, em breve precisaremos de reforços, observou Conneally. a necessidades mais imediatas são a alimentação, água e abrigo.
a capacidade dos centros de saúde do CICV em Gereida vai ser aumentada de modo a poder responder a umas 250 consultas mais por dia. Também a equipa cirúrgica móvel, composta por quatro especialistas que estavam a cuidar de feridos de guerra e civis sem acesso aos hospitais, foi activada.
De acordo com as Nações Unidas (ONU), o conflito continua a afectar mais de três milhões de pessoas, dos quis quase dois milhões foram forçados a deslocar-se dentro do país e 200 mil no Chade. O último relatório do conselho de segurança da ONU, publicado esta semana, o secretário-geral Kofi annan adverte do perigo de que a região de Darfur se afunde na anarquia sem qualquer respeito pelas leis e apelou a uma rápida solução política para o conflito.