Escolas de ensino privado podem enfrentar a «insolvência», devido à redução do financiamento por parte do Estado, em casos onde exista oferta pública. Numa reação contra a medida, alunos, professores e pais abraçam a escola
Escolas de ensino privado podem enfrentar a «insolvência», devido à redução do financiamento por parte do Estado, em casos onde exista oferta pública. Numa reação contra a medida, alunos, professores e pais abraçam a escola Se Ministério da Educação deixar de financiar novas turmas do ensino privado dos 5. º, 7. º e 10. º anos de escolaridade, em zonas onde exista escola pública, a partir do próximo ano letivo, grande parte desses estabelecimentos corre riscos de insolvência, disse Querubim Silva, sacerdote e presidente da associação Portuguesa de Escolas Católicas (aPEC), esta sexta-feira, 6 de maio, em declarações à agência Ecclesia.
Para o religioso, a decisão, a que se pode somar um corte no financiamento por cada turma, põe em causa o dever constitucional do Estado prover à Educação e não ser ele a assumir e fornecer o ensino, para evitar um totalitarismo ideológico. Não há democracia sem oferta plural de projetos educativos, porque isso serviria para formatar uma educação sem consciência e fechada à iniciativa da sociedade civil, considera. No caso das escolas católicas, estão em risco pelo menos 34 estabelecimentos de ensino. as negociações entre o ensino privado e o governo ainda não estão fechadas, pelo que o sacerdote espera que o bom senso impere.
Esta sexta-feira, no Parlamento, o ministro da Educação disse que nada move o governo contra os agentes privados do setor e que as decisões do Executivo pretendem salvaguardar o bem público na educação. Tiago Brandão Rodrigues defende que a redução dos contratos de associação com os colégios privados é uma forma de não duplicar a fatura paga pelo contribuinte. O governante comprometeu-se ao cumprimento dos contratos existentes, ou seja, 80 500 euros por turma e por ano. alunos e docentes de estabelecimentos de ensino particular, assim como encarregados de educação de vários pontos do país, estão envolvidos, esta sexta-feira, num abraço às escolas, uma ação que reúne milhares de pessoas contra a eventual redução do financiamento do Estado.