Quase 80 por cento das comunidades nahuas, no Peru, foram envenenadas com mercúrio, o que faz aumentar as preocupações em relação ao futuro desta tribo, já atingida pelas doenças ocidentais
Quase 80 por cento das comunidades nahuas, no Peru, foram envenenadas com mercúrio, o que faz aumentar as preocupações em relação ao futuro desta tribo, já atingida pelas doenças ocidentais a tribo indígena dos nahuas, que foi recentemente contactada e vive isolada no sudeste do Peru, está a enfrentar mais uma grave ameaça que pode colocar em perigo a sua sobrevivência, depois de quase 80 por cento dos seus elementos terem sido envenenados com mercúrio, denunciou esta semana a associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (aIDESEP). a origem da intoxicação ainda está por apurar, mas vários especialistas suspeitam que poderá estar relacionada com o grande projeto gasífero peruano, conhecido como Camisea, que atravessou a terra dos nahuas nos anos 1980 e voltou a expandir-se no mesmo território recentemente. Outra hipótese em análise aponta para que a contaminação tenha surgido da intensa mineração ilegal de ouro. a contaminação com mercúrio é muito delicada para a saúde humana, pelas consequências irreversíveis que acarreta, portanto, as autoridades de saúde devem acelerar as investigações, a fim de travar a fonte de contaminação contra a população, afirmou a dirigente indígena Nery Zapata. Stephen Corry, diretor da plataforma de apoio aos povos indígenas Survival Internacional, também exigiu medidas urgentes: as autoridades peruanas sempre são bastante indiferentes aos problemas que enfrentam as suas comunidades indígenas, e a total negligência que mostram neste caso demonstra isso. Se o envenenamento tivesse sido produzido em Lima, duvido muito que tivessem sido tão relaxados numa resposta, ou que fosse feita com tanta calma a publicação dos resultados das descobertas prévias. É pouco menos que escandaloso que não atuem com contundência para resolver este problema, referiu o ativista.