a recente tomada de posse do novo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, gerou uma onda de esperança a muitos níveis, especialmente entre o povo. Nele depositam a confiança para uma vida melhor
a recente tomada de posse do novo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, gerou uma onda de esperança a muitos níveis, especialmente entre o povo. Nele depositam a confiança para uma vida melhor a maior parte dos portugueses estão seriamente frustrados com a atuação dos governantes dos últimos anos – e políticos em geral. Mais que isso, estão descrentes. a eleição do novo presidente por uma maioria dos portugueses, não sendo surpresa, foi uma pedrada no charco que fez agitar as águas políticas e não só.
Logo no discurso da tomada de posse, o presidente em exercício disse ao que vinha: ser o presidente de todos os portugueses, sem exceção. Portugal é a razão de ser do compromisso solene que acabo de assumir. Mais ainda, clarificou a sua atuação futura: Um presidente que não é nem a favor nem contra ninguém. assim será politicamente, do princípio ao fim do seu mandato.
Recordamos ainda o que disse o presidente quando lançou o livro com o compêndio da campanha: afetos, proximidade, simplicidade e estabilidade foram as ideias da campanha. É isso que Marcelo Rebelo de Sousa pretende imprimir ao exercício do cargo.

O novo presidente reconhece que Portugal vai ter que enfrentar tempos e desafios difíceis, considerando que é necessário sair do clima de crise e ir mais longe na qualidade da educação, saúde, justiça e do próprio sistema político. Para além do discurso de intenções na tomada de posse, quis mostrar uma nova postura, enquanto presidente de todos os portugueses, nas cerimónias que se seguiram. E uma das mais inusitadas foi o concerto para jovens que teve lugar à noite na Praça do Município, evento em que Rebelo de Sousa esteve com os assistentes, arrostando como eles com o frio da noite.

Outro sinal de grande relevância foi a cerimónia inter-religiosa que decorreu na Mesquita Central de Lisboa, em que se comprometeu a ser o garante da liberdade religiosa, em todas as suas virtualidades. O presidente invocou mesmo a Constituição para sustentar esta iniciativa e sublinhar que para os crentes a liberdade religiosa vai além da mera liberdade de culto, implica o respeito de cada confissão na sua visão do mundo e da vida, expressa no espaço público ou no privado. Na cerimónia que juntou 18 representantes das várias confissões religiosas presentes (católicos, hindus, muçulmanos, judeus) leram, cada um, uma frase do Pai Nosso Universal.
Rebelo de Sousa fez um apelo para que o espírito ecuménico hoje aqui testemunhado possa servir de exemplo para todos os domínios da vida nacional. O novo chefe de Estado desejou ainda que os próximos cinco anos sejam vividos sob o signo da mesma Paz, Justiça e Fraternidade que diz ter visto e ouvido na presença e nas palavras dos representantes das confissões religiosas ali presentes.

Mas há outros sinais reveladores do caminho que o novo presidente pretende trilhar. a primeira visita ao estrangeiro, enquanto Chefe de Estado, será ao Vaticano onde tem agendada uma audiência com o Papa Francisco para o próximo dia 17 de manhã. Uma das jornalistas da RTP que comentou o discurso de Rebelo de Sousa, Cristina azevedo, disse:Marcelo mostrou-se como um misto de Papa Francisco e João Paulo II, ao analisar o perfil do mandato que o novo presidente pareceu querer adotar. O seu único problema, afirmou, é a elevada expectativa que gerou, o que, caso não consiga cumprir num cenário de grandes dificuldades para Portugal, pode resultar numa aparatosa queda.

Todos sabemos que o presidente da República não tem poderes de governação e portanto só poderá atuar através da ação e influência que conseguir junto do Governo e instituições, mas mesmo assim poderá ser o aglutinador de consensos e união de que tanto necessitam os partidos e o Governo.
Convém não esquecer que Rebelo de Sousa definiu como fundamental que os portugueses se sintam próximos do poder político num ambiente social de unidade, pode ser esse o segredo para um futuro melhor, esperemos que sim.