Primeira edição das Escolas de Perdão e Reconciliação em Águas Santas, na Maia, deixou a certeza de que no norte também já se utiliza a linguagem de como perdoar e viver com as feridas
Primeira edição das Escolas de Perdão e Reconciliação em Águas Santas, na Maia, deixou a certeza de que no norte também já se utiliza a linguagem de como perdoar e viver com as feridas ao longo de dois fins de semana realizou-se a primeira edição das Escolas de Perdão e Reconciliação (ESPERE) em Águas Santas, na casa dos Missionários da Consolata, no concelho da Maia. Os principais objetivos foram reinterpretar os significados das ofensas sofridas e encontrar novas formas de viver com as cicatrizes que se vão acumulando. Falar de Perdão é mais fácil do que vivê-lo admitiram os participantes das ESPERE. Mas é esse o grande desafio, é essa a saída que este método propõe para se encontrar a paz. através de diversas técnicas propostas pela Fundação para a Reconciliação, mas essencialmente do testemunho de vida de cada participante, é reconfortante chegar ao fim do processo e reconhecer que a linguagem mudou. as perspetivas de perdão, de vítima, de agressor e de ofensa ganham novo sentido, um sentido de que se pode viver com as feridas – basta passar a vê-las com outros olhos. O processo da reconciliação é muito mais complicado, assim manifestaram todos os participantes. Contudo, é urgente considerar que tipo de reconciliação se quer e se permite ter (ou se pode ter). Só assim é possível concluir o ciclo da dor. No final, para além da vivência e transformação pessoal, todos foram convidados a transformar a sociedade, começando pelos seus círculos mais íntimos. Os promotores das ESPERE acreditam que todos aqueles que descobrem o perdão e a reconciliação podem ser promotores ativos de uma sociedade que defende estes dois princípios – que apelam ao recurso da justiça restaurativa – e que sejam exemplo de paz.