«Foi num só Espírito que fomos todos batizados, para constituirmos um só corpo”¦ E a todos foi dado a beber um único Espírito», diz-nos a segunda leitura da Missa deste domingo
«Foi num só Espírito que fomos todos batizados, para constituirmos um só corpo”¦ E a todos foi dado a beber um único Espírito», diz-nos a segunda leitura da Missa deste domingo a primeira leitura deste domingo é tirada do Livro de Neemias. Este livro fala-nos da reconstrução do Templo de Jerusalém, morada, para Israel, do Deus único e supremo; da cidade mesma de Jerusalém, capital da religião e do povo judaico; e do povo de Deus do antigo Testamento e das várias vicissitudes que ele atravessava naqueles tempos depois do amílcar da Babilónia. O primeiro dever e trabalho do povo israelita depois do amílcar era precisamente voltar à religião pregada pelos profetas antigos, que o amílcar tinha afrouxado muito por causa do contato com os povos pagãos no meio dos quais viveram durante o amílcar. Podemos aplicar a situação do povo judeu nesse tempo à situação do atual povo cristão, cuja prática religiosa tem sido muito relativizada pela sua vivência numa civilização, a nossa, onde Deus praticamente não tem lugar: nem Deus nem os valores religiosos e humanos que nos últimos decénios têm vindo a ser eliminados, especialmente no que diz respeito à prática religiosa, moral e dos valores fundamentais dados ao mundo nos Dez Mandamentos. Num sentido, como escreveu, já há decénios, uma Conferência Episcopal da américa do Norte, a Igreja, nos seus valores religiosos vive em amílcar. É certo que tal situação tem também o condão de acordar muitos cristãos para uma vida mais de acordo com a doutrina divina pela Igreja ensinada. Em oposição às injustiças oficialmente aprovadas por certos chefes indiferentes ao divino, e por vezes enrolados à satisfação dos seus próprios interesses, podemos dizer que há cada vez mais gente a meditar sobre o conceito de humanidade’, e sobre as leis e regras de que tal conceito precisa para uma vida bem ordenada. Resumindo, é verdade que todo o bem de Deus vem’. E os sem-Deus rejeitam por vezes trabalhar em favor dos outros, especialmente dos mais pobres e anónimos. No Evangelho, São Lucas apresenta-nos o projeto do Filho de Deus feitohomem-salvador, projeto que a história de hoje tem de fazer seu, se é que tem interesse em estabelecer a paz e o bem de todos. No Evangelho deste domingo, na sinagoga de Cafarnaum, Jesus lê um trecho do profeta Isaías, cujo cumprimento Jesus aplica a si próprio: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu. Enviou-me a anunciar a Boa Nova aos pobres, a proclamar a libertação aos cativos e a vista aos cegos, a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável do Senhor. Fechando o livro, Jesus proclamou, referindo-se a si próprio e à sua obra salvífica: Cumpriu-se hoje mesmo este passo da Escritura que acabais de ouvir. No ano favorável do Senhor nos encontramos, o ano Santo da Misericórdia. Nosso dever e nossa glória: aceitarmos com toda a confiança e alegria a libertação que Deus nos oferece das várias escravidões para as quais nos lançam tantos desvios que muito marcam os nossos tempos. Que este seja para todos nós um ano de libertação de tudo o que nos oprime.