anulação do acordo que previa a passagem de dois hospitais para as misericórdias, por parte do Estado, não caiu bem aos responsáveis da Igreja portuguesa, que exigem respeito pelos princípios da democracia e da liberdade de escolha
anulação do acordo que previa a passagem de dois hospitais para as misericórdias, por parte do Estado, não caiu bem aos responsáveis da Igreja portuguesa, que exigem respeito pelos princípios da democracia e da liberdade de escolha Os bispos que integram o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reagiram com desagrado às notícias publicadas esta semana, que dão conta da anulação, por parte do Estado, do acordo que previa a transferência da gestão dos hospitais de Santo Tirso e de São João da Madeira para as misericórdias locais. Em comunicado, divulgado esta quinta-feira, 14 de janeiro, após um encontro em Fátima, os prelados realçam que numa democracia, a solidariedade tem de ir a par com a subsidiariedade, devendo o Estado respeitar e apoiar todas as iniciativas da sociedade civil que comprovadamente respondem às necessidades de saúde, educação e outras, e correspondem ao direito de livre escolha por parte dos cidadãos. Não estamos de acordo com estes modos de proceder e, como tal, a Igreja não se pode calar, acrescentou, por sua vez, o porta-voz da CEP, padre Manuel Barbosa, salientando que o pode estar em causa com estas novas orientações do governo é o respeito pelo bem comum e pela liberdade de escolha dos cidadãos. Por vezes faz-se passar a mensagem de que estas instituições [como por exemplo as escolas privadas] ficam mais caras, mas não é verdade, pois está provado que ficam mais baratas do que as estatais, adiantou o sacerdote. além do cancelamento do acordos de transferência, o governo informou também que está a fazer uma avaliação do serviço das unidades de Fafe, anadia e Serpa, que tinham passado para a responsabilidade das misericórdias, através de protocolos assinados com o anterior executivo. O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos, admite pedir indemnizações ao Estado para compensar o dinheiro gasto pelas instituições no período de preparação.