«abriram-se os céus e o Pai proclamou: Este é o meu Filho bem-amado: escutai-O».
«abriram-se os céus e o Pai proclamou: Este é o meu Filho bem-amado: escutai-O».como nos mostra o Manual da Disciplina dos manuscritos do Qumrâm, o que pode verdadeiramente purificar a alma é a submissão a todos os mandamentos de Deus: então pode a pessoa ser aspergida com as águas da ablução e ser santificada com as águas da purificação. Mas, continua a manual, o rito não é eficaz por si mesmo, mas só tem valor como sinal duma disposição de penitência interior e sincera. Do mesmo modo, o batismo de João Batista era um batismo de conversão, enquanto que o batismo que Jesus instituiu é um batismo no Espírito Santo (cf. Mateus 28,18-20; atos 19:1 ss. ). O batismo que Jesus recebeu de João não santificou Jesus, pois Jesus era o Filho Unigénito de Deus encarnado na nossa natureza humana. Cristo recebeu esse batismo para o aprovar e o santificar, diz-nos São Tomás de aquino. E ao ser Cristo batizado, abriram-se os céus para mostrar que o batismo provém dum poder celeste e é a chave do Reino dos Céus. No momento do nosso batismo, são invocadas as três Pessoas da Santíssima Trindade, para mostrar que já não somos simples pessoas deste mundo, mas que pertencemos ao Reino de Deus. No batismo nós passamos, com Cristo, da morte à ressurreição. Explica São Paulo: Todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte. Pelo batismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova. De fato, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição (Romanos 6,3-5). O nosso batismo é o início duma vida nova, duma regeneração para o Reino de Deus.como nós celebramos o aniversário do nosso nascimento para este mundo quando a nossa mãe nos deu à luz, assim seria lógico celebrarmos o aniversário do nosso nascimento para o Reino de Deus no batismo. Pois o cristão, para o ser, tem de viver de Cristo, senão, perdeu a sua identidade. Às vezes, no meio das crises da nossa vida, é fácil vivermos de ninharias. Mas, na realidade, tal e qual como no batismo de Jesus o Pai proclamou: Este é o meu Filho bem-amado, assim também o Pai proclamou cada um/a de nós “filho/a bem-amado/a” no nosso batismo. Podíamos parafrasear Oseias 11,1 desta maneira: diz Deus a cada um/a de nós: Já quando eras pequenino/a, afinal quando eras, como agora, a menina dos meus olhos, do Egito, isto é, do nada, do avariado, das águas turvas te eu chamei, para te colocar no lugar da propriedade do meu Bem-Querer. E fiz-te crescer, em beleza, em inteligência e em amor Não te esqueças deste meu grande amor por ti, porque esquecer é quase como morrer!Quando, em Caná da Galileia, Jesus transformou a água em vinho, disse Maria aos servos, a cada um/a de nós: Fazei tudo o que Ele, o meu Jesus, vos disser! Tem de ser este o prgrama da nossa vida de cristãs/ãos.