«Tudo o que fizerdes por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças por Ele a Deus Pai»
«Tudo o que fizerdes por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças por Ele a Deus Pai»Na Sagrada Família de José, Maria e Jesus encontra cada família humana o modelo perfeito de como viver em relação a Deus e ao próximo. E para participar nesta perfeição familiar, cada família precisa de viver uma espiritualidade que muito pode equilibrar cada um dos seus membros, bem como o todo familiar. Podemos dizer que esta espiritualidade é o caminho através do qual o homem e a mulher, unidos pelo vínculo do sacramento do matrimónio, crescem juntos na fé, na esperança e na caridade, e dão testemunho do amor salvífico de Cristo, aos próprios filhos e ao mundo em geral.
Uma jóia da antiguidade cristã, a Carta a Diogneto, do 2º século depois de Cristo, apresenta-nos uma descrição do que eram os cristãos dos primeiros tempos da Igreja. Eis algumas frases:Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos: participam de tudo, como cidadãos, e tudo sofrem como estrangeiros. Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os neonatos. Encontram-se na carne, mas não vivem segundo a carne. Moram na terra e são regidos pelo céu. Insultados, bendizem; ultrajados, prestam as devidas honras. São condenados à morte e ganham a vida. a alma habita no corpo, não é, contudo, do corpo; também os cristãos, habitam no mundo, mas não são do mundo. a carne odeia a alma, e, apesar de (esta) não a ter ofendido em nada, (a carne) faz-lhe guerra, só porque (a alma) se lhe opõe a que se entregue aos prazeres; da mesma forma, o mundo odeia os cristãos que não lhe fazem nenhum mal, porque se opõem aos seus prazeres. a alma está encerrada no corpo, é todavia ela que sustém o corpo. Também os cristãos se encontram retidos no mundo como em cárcere, mas são eles que sustêm o mundo (Editora alcalá, Secretariado nacional da pastoral da cultura).
Uma constante dos cristãos é que, quando procuram viver a fundo a sua religião, experimentam uma felicidade que os alenta mesmo nas maiores dificuldades da vida. Verdadeiramente, a vida da família cristã deve ser a alma num mundo orientado para a violência, a ganância, a injustiça e a imoralidade, incluindo o despreso pelos mais fracos. É verdade que muitas famílias cristãs se deixaram influenciar pelo comportamento dum mundo sem Deus que, logicamente, esquece os princípios-base da convivência humana fundados nas leis fundamentais dadas pelo Criador. E somos continuamente questionados pelos nossos irmãos e irmãs que sofrem perseguição por causa do Reino de Deus.
Olhando para a Sagrada Família de Jesus, Maria e José, temos de copiar a fé, o amor e o carinho que nessa Família eram cultivados. Tal atitude dos cristãos pode transformar mesmo as crises que vive a nossa gente em partilha que proclama a esperança que nos é dada pela nossa religião: É nesse sentido que a Carta a Diogneto chama aos cristãos a alma do mundo. Feliz e produtiva Festa da Sagrada Família para todos os que têm a honra e a glória de viver de Cristo, com Cristo e para Cristo. ajude-nos a Mãe carinhosa Maria que, em Cristo, nos trouxe também a nós no seu ventre puríssimo e no seu Coração Imaculado.