Umas 432 pessoas, entre estas muitas crianças, foram presas pela polícia na passada semana em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. São agora mantidas em condições inumanas.
Umas 432 pessoas, entre estas muitas crianças, foram presas pela polícia na passada semana em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. São agora mantidas em condições inumanas. a denúncia foi feita pelos pais de alguns dos detidos. Receberam uma refeição na sexta-feira e, desde então, tem sido difícil conseguir que a polícia me deixe levar comida ao meu filho, disse Marie Ngoy, uma das cinquenta mulheres furiosas cujos filhos estão presos.
No entanto, a polícia afirma que estes são alimentados duas vezes por dia: uma papa de cereais de manhã e feijões à noite. Também há uma torneira para se poderem lavar. Estão todos detidos no mesmo pavilhão e dormem no chão de cimento.
O porta-voz do governo e ministro da informação, Henri Mova Sakanyi, disse que a polícia tinha recebido ordens para prender todos os vagabundos que circulavam na zona do mercado principal da cidade, para pôr termo ao aumento de criminalidade na zona.
É uma medida preventiva porque não há segurança num lugar frequentado por tantas pessoas, a situação podia tornar-se numa bomba relógio, disse. Cerca de 200 mil compradores visitam o mercado diariamente.
Pais furiosos, que se juntaram nas proximidades da estação da polícia, dizem que nem todas as crianças presas são delinquentes ou ladrões. Ngoy afirma que o seu filho tinha ido fazer compras no mercado quando a polícia o prendeu.
a encarregada das investigações especiais da missão das Nações Unidas (ONU) nesse país, Sónia Bakar, disse que 75 dos detidos são menores de 18 anos e 28 são mulheres. a ONU no local já condenou as condições em que são mantidos os detidos e o facto de já terem passado as 48 horas de detenção permitidas pela lei.
Sabemos que as pessoas sob detenção preventiva têm que ser apresentadas perante um juiz nos dois dias que se seguem à detenção e têm que ser acusadas de crimes precisos, o que não aconteceu com estes detidos, disse Bakar.