Fundo das Nações Unidas para a Infância revela que em 2015 nasceram mais de 16 milhões de bebés em zonas de conflito. Muitas das mães correram risco de vida ao dar à luz sem assistência médica
Fundo das Nações Unidas para a Infância revela que em 2015 nasceram mais de 16 milhões de bebés em zonas de conflito. Muitas das mães correram risco de vida ao dar à luz sem assistência médica a cada dois segundos, um recém-nascido chegou ao mundo no meio de um conflito e, frequentemente, em circunstâncias aterradoras e sem acesso a assistência médica, lamentou esta quinta-feira, 17 de dezembro, o diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), anthony Lake, na apresentação de um relatório que dá conta do nascimento de mais de 16 milhões de bebés em zonas de conflito, em 2015. Demasiadas crianças estão a começar as suas vidas em condições extremas como conflitos, desastres naturais, pobreza, doença ou desnutrição. Pode haver um começo pior na vida?, interrogou o responsável, destacando também a difícil situação das mães, que enfrentam o risco de dar à luz sem cuidados médicos, em condições insalubres. Segundo anthony Lake, em países afetados por conflitos armados, como o afeganistão, República Centro-africana, Iraque, Sudão do Sul, Síria e Iémen, ou nas perigosas viagens para escapar aos combates, os recém-nascidos e as suas progenitoras correm grandes riscos, o que os torna cada vez mais vulneráveis e obriga a procurar refúgio noutros países. Nos primeiros nove meses deste ano, mais de 200 mil crianças solicitaram asilo em países da União Europeia. Em 2014, cerca de 30 milhões viram-se obrigadas a deixar as suas terras de origem devido à guerra, à violência e à perseguição. E neste momento há mais de 250 milhões, ou seja, uma em cada nove, que vivem em países ou zonas de conflito, praticamente sem acesso à saúde e educação. Se abordarmos as razões que levam tantas famílias a sentir a necessidade de abandonar as suas terras com os filhos, resolvendo os conflitos, enfrentando as mudanças climáticas e aumentando as oportunidades, podemos fazer de 2016 um ano de esperança para milhões de pessoas, e não de desespero, reclamou o responsável da UNICEF.