Rede Europeia anti-Pobreza sugere a criação de equipas de rua que possam abordar os grupos de riscos e reforçar a luta contra o tráfico de seres humanos, um dos crimes mais lucrativos do mundo
Rede Europeia anti-Pobreza sugere a criação de equipas de rua que possam abordar os grupos de riscos e reforçar a luta contra o tráfico de seres humanos, um dos crimes mais lucrativos do mundo Depois do tráfico de drogas e de armas, o tráfico humano é considerado um dos crimes organizados mais lucrativos do mundo, que movimenta todos os anos 29 mil milhões de euros e afeta 2,4 milhões de pessoas. Porém, os últimos dados relativos ao número de vítimas registadas pela ONU, revelam que há muito ainda a fazer para combater este flagelo. Segundo o relatório anual do Gabinete das Nações Unidas para o Controlo da Droga e Prevenção do Crime (UNODC), os dados oficiais de 124 países permitiram identificar apenas 40. 177 vítimas de tráfico humano, em 2014. a maioria (70 por cento) era do sexo feminino, e 33 por cento era de menor idade. Muitas das vítimas acabam por ser exploradas a nível sexual ou laboral, existindo também o fenómeno da exploração para a mendicidade forçada, que só entrou na ordem jurídica do tráfico de seres humanos em 2011, a nível europeu, e em 2013, a nível nacional. Ou seja, há ainda pouco conhecimento científico sobre este facto, e pouca capacidade de identificação dos seus indícios, de sinalização das vítimas e de promoção da sua integração. Neste sentido, a Rede Europeia anti-Pobreza (EaPN Portugal) considera ser necessária uma maior atenção por parte das organizações de intervenção social para grupos minoritários em situação de pobreza e exclusão social extrema, nomeadamente grupos sociais que agregam em si mesmos diferentes dimensões da exclusão social: pertencer a uma minoria étnica, serem estrangeiros; praticar a mendicidade; serem sem-abrigo. Para os responsáveis da EaPN, é fundamental que se consiga uma adaptação da prática da intervenção social às características destes grupos, através da criação de equipas de rua, com uma intervenção diurna, que abordem diretamente estes grupos, que possam dar respostas a algumas das suas necessidades e que, gradualmente, vão construindo uma relação de confiança com esta população.