«Levanta-te, sobe às alturas, e vê quanta alegria te vem do teu Deus!»,
diz-nos o Cântico da Comunhão deste domingo.
«Levanta-te, sobe às alturas, e vê quanta alegria te vem do teu Deus!»,
diz-nos o Cântico da Comunhão deste domingo. Todos nós recordamos por certo acontecimentos da nossa vida que muita alegria nos trouxeram: acontecimentos da nossa vida pessoal, das nossas famílias, da nossa pátria, da Igreja, do mundo inteiro. a Palavra do Senhor deste domingo convida-nos à alegria, pois Deus nos conduzirá na alegria à luz da sua glória, com a misericórdia e a justiça que d’Ele vêm (1a Leitura, do profeta Baruc, 5, 9). E o profeta João Batista convida-nos a preparar um caminho ao Senhor que vem, e a endireitar as veredas da nossa vida. Várias são os motivos para saborearmos esta alegria de que nos fala a Palavra de Deus. Estamos no advento, em caminho para celebrarmos na alegria de crianças a primeira vinda do Messias, Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, de quem disseram os anjos aos pastores de Belém: anuncio-vos uma grande alegria que será para todo o povo: Hoje nasceu-vos em Belém um Salvador, que é o Messias Senhor (Lucas 2, 11). E durante esta semana celebraremos também uma solenidade sempre muito querida ao povo português: a Imaculada Conceição da Virgem Maria, Padroeira e Rainha de Portugal. E nesse mesmo dia, 8 de dezembro, começa o ano Santo da Misericórdia decretado pelo Papa Francisco, ano que muitas graças, e consequente alegria, certamente nos vai trazer. Podemos olhar para a misericórdia de Deus sob dois aspetos: da parte de Deus, e da nossa parte. Da parte de Deus: normalmente, quando alguém nos ofende, sentimos rejeição, repulsa para com essa pessoa. Para Deus é o contrário. ao ver em nós a destruição ou a deformação operada pelo pecado, em vez de sentir rejeição por nós, Deus sente um carinho imenso, uma ternura e um amor a que chamamos misericórdia. Mostrou-a Ele claramente no Seu Filho Unigénito encarnado na nossa natureza humana: Jesus aparentemente renunciou mesmo à sua divindade para assumir a forma dum escravo que morre numa cruz para obter para nós a totalidade da misericórdia infinita de Deus. Disse-o claramente naquela frase: Eu não vim para salvar os justos, mas os pecadores (Lucas 5,32). Deve causar-nos imensa alegria ver como Deus, ao ver os nossos pecados, sente “pena”de nós, e nos oferece incondicionalmente o seu perdão. Da nossa parte o que devemos fazer é não duvidar desta misericórdia de Deus para connosco, mas aceitá-la com alegria e humildade. a alegria é uma das melhores maneiras de lhe agradecermos tal alto dom. E uma razão profunda para esta alegria foi-nos dada por João Batista quando disse: O esposo é aquele a quem pertence a esposa; mas o amigo do esposo, que está ao seu lado e ouve a sua voz, sente muita alegria ao ouvir a voz do esposo (João 3, 29). ao olharmos para a nossa vida, quantas vezes não sentimos alegria ao ouvirmos a voz do Senhor Jesus que nos segreda o seu amor, e também as suas advertências, pois cada um de nós é esposa de Cristo desde o batismo. Vivamos este tempo do advento, e do ano da Misericórdia, em atitude de preparação, para podermos saborear e ver como é bom o Senhor.