Relatório da organização de defesa dos direitos humanos acusa o sistema penal chinês de continuar a obter confissões forçadas através de tortura e maus tratos. Os advogados que denunciam os abusos são ameaçados ou detidos
Relatório da organização de defesa dos direitos humanos acusa o sistema penal chinês de continuar a obter confissões forçadas através de tortura e maus tratos. Os advogados que denunciam os abusos são ameaçados ou detidosas reformas do sistema penal chinês, apresentadas como avanços nos direitos humanos pelo governo de Pequim, pouco têm contribuído para mudar as práticas de tortura de suspeitos, muito usadas no país, para extrair confissões forçadas, denuncia a amnistia Internacional (aI), no seu mais recente relatório sobre o estado da justiça na China. No documento, é referido ainda que quaisquer tentativas feitas por advogados de defesa para fazer valer ou investigar as alegações de abusos, são sistematicamente frustradas pela polícia, pelos procuradores e pelos tribunais. E muitos dos advogados que o fazem acabam também eles ameaçados, perseguidos ou mesmo detidos e até torturados. Entre os casos de tortura e maus tratos testemunhos por detidos preventivamente, estão espancamentos e a utilização de instrumentos e métodos de tortura diversos, como cadeiras de imobilização em ferro, bancos em que as pernas da pessoa são esticadas e fortemente amarradas a um banco estreito, e a privação do sono durante longos períodos de tempo, além da privação de comida e de água. Para Patrick Poon, investigador da aI, encobrir um sistema de justiça que não é independente, no qual a polícia permanece toda-poderosa e onde não há qualquer forma de recurso quando os direitos dos arguidos são violados, pouco fará para conter o flagelo da tortura e dos maus-tratos na China. Se o governo está verdadeiramente determinado a melhorar a situação de direitos humanos no país tem de começar por responsabilizar os organismos que tutelam a aplicação da lei quando estes cometem abusos.