a atual situação do país foi um dos temas em debate na assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa. No final, os prelados apelaram ao respeito pelo quadro constitucional, «sem excessiva crispação socioPolítica»
a atual situação do país foi um dos temas em debate na assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa. No final, os prelados apelaram ao respeito pelo quadro constitucional, «sem excessiva crispação socioPolítica» Um apelo à cultura de diálogo e de encontro no respeito recíproco entre as forças políticas e partidárias, sem excessiva crispação, foi deixado esta quinta-feira, 12 de novembro, por Manuel Clemente, no final da assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a que presidiu em Fátima. Depois de debaterem a situação atual do país, os bispos deixaram ainda um pedido para que os responsáveis políticos transmitam informação verdadeira e transparente, coloquem os interesses nacionais acima dos particulares, cheguem a consensos nas questões fundamentais e que adotem um comportamento de reconciliação, em que todos os cidadãos se sintam responsáveis. Sem querer tomar partido quando às preferências das forças políticas que gostaria de ver empossadas pelo Presidente da República, o presidente da CEP, reconheceu, no entanto, que há muitas coisas que os portugueses ainda não sabem, no que se refere a acordos e programas de governo, porque não lhes foram explicadas. Confrontado com a possibilidade de haver uma maioria de esquerda no Parlamento, e de poderem ser tomadas medidas contrárias ao pensamento da Igreja Católica, como a adoção por casais homossexuais ou a abolição das taxas moderadoras nos casos de interrupção voluntária da gravidez, Manuel Clemente prometeu, se for o caso, que a Igreja irá continuar a lutar pelas posições que sempre tem defendido. Quanto ao tema dos refugiados, também debatido no encontro, os bispos reafirmaram o dever do acolhimento em nome das raízes humanas e cristãs da Europa. Preocupados com o atraso na recolocação dos 160 mil migrantes, recomendaram às autoridades nacionais e europeias maior celeridade neste processo e formularam o desejo de que possam ser acolhidos dignamente antes do frio de inverno, acabando com a cena desumana destes novos pobres diante dos muros de betão e de arame farpado.