a capacidade para perdoar dá «força de viver», defendeu o Coordenador da Pastoral Penitenciária durante o «Seminário sobre Perdão»
a capacidade para perdoar dá «força de viver», defendeu o Coordenador da Pastoral Penitenciária durante o «Seminário sobre Perdão»O ato de perdoar tem a capacidade para dar ânimo à vida. Esta foi uma das mensagens deixadas por João GonçAlves, sacerdote e Coordenador Nacional da Pastoral Penitenciária no primeiro Seminário sobre Perdão que decorreu no último sábado, 7 de novembro, no Fórum Cultural de Ermesinde.
Não posso dizer que não esqueço. Perdoar significa libertar. O perdão é uma coisa que nos traz paz, tranquilidade e força de viver. a quem perdoa e a quem é perdoado, explicou o sacerdote, perante uma vasta plateia formada por pessoas de todas as idades.
João GonçAlves, que dedica a sua vida ao trabalho com os reclusos, criticou durante a sua intervenção o sistema prisional que considera ineficaz. Em Portugal abrem-se cadeias, ou constrói-se mais uma aula para nada. as cadeias não estão a resultar. Se se quer que a prisão seja para recuperar as pessoas e se se diz que a prisão não recupera, o que é que as pessoas estão lá a fazer? Estão pelo menos a gastar 50 euros por dia ao Estado e saem desenquadradas da sociedade, lamentou.
O professor na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, andré Lamas Leite, acentuou esta crítica do Coordenador da Pastoral Penitenciária: está provado há muitos anos que a prisão tem um efeito de prejuízo para os indivíduos. Por motivos como o processo de ressocialização.
as mensagens dos dois responsáveis inseriram-se no primeiro painel do Seminário sobre Perdão – Promotores de uma Cultura de Paz. através das intervenções Perdão enquanto misericórdia e Perdão enquanto justiça, João GonçAlves e andré Lamas Leite procuraram, respetivamente, dar a conhecer aos presentes duas facetas do perdão.