Conflito no Iémen deixou 1,8 milhões de estudantes privados do acesso às salas de aula. Uma jovem do nono ano escreveu ao Banco Mundial, para dar a conhecer ao mundo o drama que as crianças iemenitas estão a viver
Conflito no Iémen deixou 1,8 milhões de estudantes privados do acesso às salas de aula. Uma jovem do nono ano escreveu ao Banco Mundial, para dar a conhecer ao mundo o drama que as crianças iemenitas estão a viver Gostava que o mundo soubesse o que os estudantes do Iémen estão a sofrer por causa da guerra e da fome, não podendo obter educação, que é um dos seus direitos mais básicos. Se as pessoas pudessem imaginar os seus próprios filhos e filhas numa situação similar, o que pensariam e o que fariam? O meu desejo é voltar à escola, levar os meus livros e recuperar o sonho perdido, afirma aryam Talal al-Mofti, aluna do nono ano numa escola em Sana, capital do Iémen, e uma das muitas estudantes que ficou privada do ensino, devido ao conflito que fustiga o país, desde março. Numa carta escrita à mão e enviada ao Banco Mundial, a jovem recorda com mágoa o dia (26 de março) em que recebeu a notícia que a sua escola, tal como todas as outras do Iémen, iam encerrar por causa da guerra. ao princípio, esperávamos que as escolas estivessem fechadas por umas semanas, mas a situação converteu-se em meses e há poucas esperanças de poder regressar às aulas este ano. as nossas salas já não podem ser usadas como locais apropriados para ensinar os estudantes, porque algumas foram destruídas pelas bombas e outras estão a servir de albergue para as pessoas deslocadas. Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), desde que se intensificou o conflito armado, mais de 3. 500 escolas foram encerradas, deixando 1,8 milhões de alunos sem aulas. Perto de 600 mil estudantes não puderam fazer os exames finais do ensino básico e secundário, ficando impedidos de frequentar o ensino superior. ao mesmo tempo, muitos dos jovens acabaram envolvidos na guerra. as notícias sobre crianças assassinadas só aumentam as expectativas dolorosas do futuro do Iémen, quando vemos que os que deveriam estar a construir o futuro do país, estão a ajudar a destruí-lo. as crianças continuam a ser recrutadas – e isto é considerado um crime internacional – e ninguém presta atenção ao facto de estarmos a arruinar o destino do Iémen e dos iemenitas, lamenta aryam Talal al-Mofti.