«O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não resisti nem recuei um passo», diz-nos Isaí­as na 1º Leitura
«O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não resisti nem recuei um passo», diz-nos Isaí­as na 1º LeituraGrande mistério! Dum lado Deus abre os ouvidos dos membros da humanidade para que escutem, e portanto possam pôr em prática, os ditames da razão que no coração de cada mulher e de cada homem Deus colocou, e sem os quais os humanos complicam mesmo as coisas mais simples. Por outro lado, secções avantajadas da sociedade recuam e resistem às sugestões e Mandamentos desse mesmo Deus que foi e é o arquiteto, o engenheiro e a máquina que rege a vida humana. Conclusão: deixado aos seus próprios caprichos, tenta o homem resolver sozinho as problemas humanos, recorrendo tantas vezes a soluções destruidoras da própria felicidade. É o síndrome dos gaiatos do evangelho que, na praça pública acusam os outros de não dançarem às melodias alegres que lhes tocaram (tocámos flauta e não dançastes), nem choraram ao ouvirem cantos tristes (cantámos lamentações e não batestes no peito) – Mateus 11, 17).
Quantas vezes através dos séculos, tal como nos nossos dias, a humanidade, e os indivíduos, tentaram resolver os próprios problemas deixando de parte a palavra de Deus. Conclusão: guerras, catrástrofes, destruições massivas, infelicidade pessoal-familiar-social, discriminções imensas de morte, matrimónios carcomidos por egoísmos que não encontram soluções, às vezes mesmo para pequenos problemas.
Temos em Jeremias uma atitude justa de como escutarmos e nos comportarmos para com a palavra de Deus. Diz o profeta; a mim mesmo dizia eu (de Deus): Não falarei mais em seu nome!… Mas no meu coração a sua palavra era um fogo devorador; esforçava-me por contê-la, mas não podia!… Cantai ao Senhor, glorificai o seu nome (Jeremias 20,9. 13). Logicamente, a crise atual está a empurrar cada vez mais gente a ver na caridade e na partilha a solução para tantos problemas, incluindo o problema da realização pessoal.
É verdade que a solução se encontra no evangelho de hoje. À pergunta de Jesus: Quem dizem por aí que eu sou?, Pedro responde em nome da humanidade: Tu és o Messias (Marcos 8,29), o Filho de Deus vivo. E em João 6,68-69 Pedro ajunta: a quem havemos de nós ir, Senhor? Tu tens as palavras que dão a vida eterna. Por isso nós cremos e sabemos que tu é que és o Santo de Deus.
Doce a intimidade que existe entre o crente e o seu Senhor Jesus, o crente em quem brotarão rios de água viva, a jorrar para a vida eterna (João 4, 14): E isto disse Jesus referindo-se ao Espírito que receberiam os que nele acreditassem (João 7,39).
O Senhor é benigno e justo, o nosso Deus é clemente e compassivo (do Salmo Responsorial da Missa de hoje). Crer, e viver!