O grupo de jovens voluntários da Consolata que esteve em Guiúa (Moçambique) está de regresso a Portugal. Enquanto se arrumam as malas e escolhem fotos faz-se um balanço da experiência maravilhosa vivida este mês
O grupo de jovens voluntários da Consolata que esteve em Guiúa (Moçambique) está de regresso a Portugal. Enquanto se arrumam as malas e escolhem fotos faz-se um balanço da experiência maravilhosa vivida este mêsO céu era uma enorme tela pintada de cor de laranja, enquanto o nosso coração se moldava à ansiedade e alegria de termos aterrado em África. Partimos com o mote de que Inhambane é terra de boa gente e, felizmente, tivemos o privilégio de comprovar isso durante cada segundo que estivemos no Centro Catequético do Guiúa (CCG). Fomos recebidos de uma forma tão calorosa por todos que nos sentimos logo em casa e com vontade de colocar as nossas mãos ao dispor das pessoas e do CCG. Os nossos dias foram super preenchidos! Tivemos o prazer de colaborar na maternidade durante as manhãs, assim como na dinamização de atividades na Escolinha (Jardim de Infância) e no apoio ao estudo, sobretudo com o trabalho de alfabetização. Deixámos oCCG e o Cemitério dos Mártires de cara lavada com a reabilitação das vedações e com a limpeza de alguns espaços. Entregámos as escovas e pastas de dentes aquando a realização de sete sessões sobre saúde oral junto das crianças e dos jovens. atualizamos o inventário da biblioteca. Visitámos a Escola Secundária de Guitambatuno, onde participámos na cerimónia de entrega de diplomas aos jovens que concluíram o primeiro curso de informática no CCG. Colaborámos ainda na entrega de cabazes às famílias mais desfavorecidas e na bênção das casas das comunidades de Guiúa. OCCG desenvolve também uma série de formações, onde conseguimos dar o nosso contributo, nomeadamente, nas aulas de culinária, de canto e no segundo curso de Informática. Por fim, ainda colaborámos na execução dos kits de roupa para as famílias residentes no CCG. Paralelamente a todo este trabalho ainda participámos no momento de partilha cultural entre as famílias, na noite cultural do Encontro Diocesano de Jovens e no jogo de futebol, onde fomos claque da equipa andorinhas do Centro. Foram dias preenchidos desde o pequeno-almoço até à hora de jantar, onde vimos uma realidade tão diferente da nossa, mas onde existe um denominador comum: a alegria. É fascinante conhecer pessoas que vivem com o pouco que a machamba lhes oferece e que caminham horas e horas com a sua pele sobre o solo arenoso, crianças que definem chá como as suas refeições e que usam catanas para fazer uma brincadeira de luta de espadas, mas que mesmo assim olham para nós a sorrir e estão com os braços sempre abertos para nos receber e dar um bocadinho do seu espaço. Pessoas que nos mostram que ir à missa não tem que ser uma obrigação, mas uma necessidade do dia a dia pela forma como vivem a sua fé, por nos mostrarem que é preciso acreditar de coração em Deus para serem capazes de viver aquelas condições e mesmo assim continuarem a batalhar. Temos tanto a aprender com o povo africano! Regressamos com o coração a rebentar pelas costuras de alegria, de carinho, de amor e com uma enorme vontade de voltar. Regressamos pessoas diferentes, com novas perspetivas, com um bocadinho do cheiro, do toque, dos sons e de tudo o que aprendemos e crescemos ao longo desta experiência. Se, agora, nos dessem a oportunidade de concretizarmos um desejo, sabem qual seria? Voltar para junto do povo de Guiúa. afinal, África tem algo de mágico: as pessoas!