Para superarem momentos traumáticos, agressores e vítimas encontram-se em prisões. O objetivo é contribuir para a pacificação dos intervenientes
Para superarem momentos traumáticos, agressores e vítimas encontram-se em prisões. O objetivo é contribuir para a pacificação dos intervenientes
Vítimas e agressores tentam ultrapassar as marcas do crime através de encontros em prisões e na comunidade. Durante estes momentos, desenvolvidos em Portugal pela Confiar – associação de Fraternidade Prisional, as vítimas têm a oportunidade de se encontrarem com ofensores, perdoá-los e ajudá-los a compreender como o seu comportamento ofensivo afeta as suas vidas.
Por sua vez, os ofensores são estimulados a refletir sobre o papel que valores como o respeito, a empatia e a responsabilização poderão ter nas suas vidas, tendo a possibilidade de simbolicamente reparar as suas ofensas. a prática tem comprovado que a reconciliação é uma possibilidade real e que a reincidência do crime desce para valores residuais, disse Luís Graça, vice-presidente da Confiar, em declarações à agência Lusa.
Segundo o responsável, os encontros são mediados por dois facilitadores e em cinco a oito sessões o perdão, a verdade, a reconciliação e a consciência dos atos praticados são uma realidade. a vítima deixa de estar em processo de vitimização e o ex-ofensor toma consciência do seu ato, destacou.
Os encontros acontecem no âmbito do projeto europeu Building Bridges, promovido pela Prison Fellowship International, a maior rede do mundo de voluntariado prisional. Os encontros iniciaram em junho com a colaboração do ISCSP – Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Para os levar a cabo, a Confiar conta com a ajuda da associação Portuguesa de apoio à Vítima (aPaV). O projeto termina em fevereiro do próximo ano.