O tempo de férias é ocasião propí­cia à renovação da vida familiar, em que cada um se revigora interiormente; e em que a comunidade familiar, no seu todo, se reforça na sua identidade
O tempo de férias é ocasião propí­cia à renovação da vida familiar, em que cada um se revigora interiormente; e em que a comunidade familiar, no seu todo, se reforça na sua identidade a família constitui a estrutura fundamental para o desenvolvimento da pessoa e da sociedade. Tendo como seu alicerce a vivência do amor – seu princípio interior (FC, 18) -, é na família que se aprendem e desenvolvem os múltiplos valores humanos, pessoais e sociais. Daí que o Vaticano II considere a família como a célula primeira e vital da sociedade (aa, 11), precisamente porque ela é o fundamento do autêntico e integral desenvolvimento da pessoa e da sua maturação em ordem ao compromisso com os demais. a família é ainda uma comunidade de contínua aprendizagem e crescimento – a escola de humanismo mais completo e mais rico (FC, 21) -, pois nela se vivem as primeiras e essenciais relações interpessoais, num contínuo intercâmbio educativo entre pais e filhos, no qual cada um deles dá e recebe. Ora, para que a família viva esta sua vocação necessita de espaço e de tempo para aprofundar a sua partilha e laços de comunhão. Numa época marcada por tanta dispersão, em que a família, quantas vezes, se vê subalternizada por múltiplas exigências colocadas aos seus membros, particularmente na articulação entre tempo de trabalho e de partilha familiar, o tempo de férias surge como uma oportunidade singular para o fortalecimento dos laços de comunhão e de amor entre todos os membros da família, precisamente porque caracterizado por uma maior disponibilidade e também por uma renovada criatividade. assim, as famílias deverão atender à programação dos seus tempos de férias: prevendo espaços de vivência comum, que facilitem a partilha e o diálogo; definindo atividades compagináveis com os interesses dos seus diversos membros, capazes de envolver a todos; com horários comuns, mesmo que sem a rigidez do quotidiano; celebrando a sua fé em conjunto, seja na celebração dominical, seja na oração e meditação da Palavra de Deus, em espaço particular. as comunidades cristãs devem, igualmente, abrir-se ao serviço às famílias: vivendo para com estas um autêntico acolhimento; integrando-as nas celebrações comunitárias, litúrgicas ou de piedade; promovendo ações de reflexão e de convívio que envolvam as famílias em descanso; e, muito particularmente, sensibilizando os casais cristãos para um autêntico testemunho, que seja verdadeira proclamação do Evangelho da família. O tempo de férias é ocasião propícia à renovação da vida familiar, em que cada um se revigora interiormente; e em que a comunidade familiar, no seu todo, se reforça na sua identidade.