O bispo auxiliar de Lisboa, Carlos azevedo, falou à Fátima Missionária sobre o Congresso Internacional da Nova Evangelização que vai decorrer de cinco a 13 de Novembro em Lisboa.
O bispo auxiliar de Lisboa, Carlos azevedo, falou à Fátima Missionária sobre o Congresso Internacional da Nova Evangelização que vai decorrer de cinco a 13 de Novembro em Lisboa. Fátima Missionária: Qual é o objectivo principal do Congresso Internacional da Nova Evangelização?
CaRLOS aZEVEDO: O objectivo principal é dar um novo vigor à evangelização daqueles que foram baptizados mas hoje estão indiferentes, ou afastados, por variadíssimas razões. É ir ao encontro daqueles que já receberam algum anúncio da fé mas precisam, talvez, dum primeiro anúncio, porque esse anúncio foi mais rotineiro, mais formal e não um experiência verdadeiramente de fé. É preciso agora encontrar modos, com toda a fantasia que o Espírito Santo também sugere, criar modos de ir ao encontro daqueles que, apesar de terem já tido uma experiência cristã, hoje estão afastados. É para esse leque de pessoas que se dirige, encontrando novos métodos e encontrando um novo ardor missionário, para que nós não adormeçamos nesta realidade. No caso de Lisboa, há 12 por cento de praticantes e diz-se que há 80 por cento de católicos baptizados. O que é que aqui está a falhar? Estas conversas são um motivo de muita esperança, para que as pessoas saiam, se inquietem, não pensarem que este assunto é dos padres e dos religiosos, mas que é um assunto que diz respeito a todos os cristãos.

FM: Quais são as expectativas que estão criadas em termos de participação?
Ca: O que se calculou como máximo seriam dois mil congressistas para as reflexões da manhã. as manhãs são no Jerónimos, com reflexões teóricas, ou de testemunho, sobre o que já se fez, sobre temas que estão hoje na fronteira e que exigem uma luz do evangelho, para que pessoas que estejam um pouco nesta fronteira vejam que o Evangelho traz uma resposta para as situações vitais das pessoas. Os temas vão muito de encontro às realidades da vida: bioética, do trabalho, da doutrina social da igreja, temas que têm muito a ver com os problemas que as pessoas vivem. O Evangelho tem uma proposta, essa é uma linguagem. Depois há os grupos de trabalho, os debates, todo um movimento enorme e diversificado de possibilidades: cinemas sobre Jesus Cristos, festivais de rua, ir aos centros comerciais cantar e distribuir mensagens. a tarde e a noite são cheias de iniciativas. Cada paróquia da cidade fez um programa enorme, tem as suas conferências, os seus debates e as suas actividades de rua. Há aqui um movimento enorme de iniciativas que o próprio congresso não chega a controlar, mas que motivou, além da mil acções que programou como preparação.
Depois haverá os grandes momentos de multidão. Os jovens no dia 11 à tarde e à noite têm uma festa no Rossio, animada por grupos e canções da nossa praça, e também a procissão com a Nossa Senhora de Fátima. Irá a imagem da Capelinha das aparições, que raramente sai, mas que no sábado das cinco às oito vai percorrer o centro da cidade de Lisboa. São momentos que envolvem toda a cidade e espera-se que venha gente de todas as paróquias.
O congresso propriamente dito, o estudo, será para estes dois mil congressistas. Uns 300-400 das cinco cidades do ICNE e os delegados das várias paróquias. Tentou-se que as pessoas que fossem não sejam sempre as mesmas que vão a tudo, pediu-se aos párocos que enviassem pessoas que depois pudessem levar para as paróquias o fermento daquilo que foi o encontro e a reflexão do congresso.

FM: É também membro da Conferência episcopal Portuguesa. Há, depois, uma estratégia para fazer frutificar o congresso e levar a mensagem a todo o país?
Ca: Esta é uma actividade da diocese de Lisboa e da diocese de Setúbal, que aderiu e é parte activa do congresso. Embora se abra a toda a gente que queira ir, o cardeal patriarca disse aos bispos que gostaria de vê-los no congresso, não só a eles mas também a leigos e padres de outras diocese que queiram participar. Outras cidades e outras dioceses podem, perante a experiência, querer também ter algo semelhante e pode ser que, depois deste ciclo de cinco cidades, se decida ser mais envolvente. O que interessa é despertar.
Na própria cidade de Lisboa, há já elementos que se estão a recolher para o pós-congresso, formando, por exemplo, aquilo que se pode chamar os missionários da evangelização. Haver além dos ministérios de leitor, de acólito e dos ministros extraordinários da comunhão, haver na diocese uma formação adequada para gente que queira ser evangelizadora e missionária.como os catequistas que têm a missão da transmissão da fé, haver gente que aceite ser agitadora missionária e formá-los para isso. Este ponto está já mais ou menos pensado, para além daquilo que o próprio congresso vai sugerir.

FM: Noto um certo entusiasmo da sua parte. Tem grandes expectativas para este congresso?
Ca: Eu apanhei tudo isto, não tive parte activa na programação, mas ouvindo as pessoas envolvidas e estando com os padres da zona de que estou responsável, as quatro vigararias da amadora, Sintra, Cascais e Oeiras, vejo que há muita actividade motivada por esta iniciativa. Por exemplo, vai haver um espectáculo em Paço D’arcos no dia quatro de Novembro, ainda antes do congresso, em que vai estar a Eunice Munhoz. Tenta-se envolver as pessoas que são da paróquia e que até são figuras públicas, o Rão Kyao esteve num evento em que eu estive também. , figuras do nosso mundo, dos vários níveis do teatro e da canção.
São várias as iniciativas e quando a gente sente que a igreja está a andar e está a mexer-se, isso entusiasma.