«Eram tantas as pessoas que chegavam e as que partiam que os apóstolos nem tempo tinham para comer», diz-nos o Evangelho deste domingo
«Eram tantas as pessoas que chegavam e as que partiam que os apóstolos nem tempo tinham para comer», diz-nos o Evangelho deste domingoO Evangelho deste domingo apresenta-nos um daqueles dias de maravilha na vida de Jesus, para os apóstolos e para as multidões que com eles seguiam o Mestre.como lemos no Evangelho do domingo passado, Jesus enviara pela primeira vez os seus apóstolos, dois a dois, em missão de pregação da Boa Nova, dando-lhes um programa pormenorizado de como deviam comportar-se nessa experiência. Os apóstolos voltaram cheios de entusiasmo, como se lê mais tarde aquando do retorno dos 72 discípulos que exultavam porque até os demónios se sujeitavam a eles (cf. Lucas 10,17-20). Multidões enormes seguiam Jesus onde quer que ele passava, para ouvir as suas palavras, e porque tinham visto os milagres estupendos que ele operava. Sabiam que Jesus tratava com grande compaixão os pecadores e todos os desgraçados que precisavam dum coração novo, duma vida nova. No caso hoje relatado no Evangelho, Jesus convida os apóstolos a retirarem-se com ele para um lugar solitário para descansarem durante algum tempo. Mas não puderam fazê-lo sem serem notados. apenas chegaram ao lugar por Cristo escolhido, já encontraram um bom número de pessoas vindas de várias cidades e aldeias, que esperavam Jesus para ouvirem as suas palavras e para serem curadas das suas mazelas. Esta compaixão de Jesus pelo povo é umacaracterísticadivina de que nos fala tanto já o antigo Testamento, de maneira particular muitos dos salmos. O nosso Deus é um Deus de misericórdia e consolação, que se deleita mais em perdoar do que em receber os sacrifícios do seu povo. O que mais lhe apraz são os corações contritos e arrependidos’. Ide aprender – diz-nos Cristo no Evangelho de São Mateus – o que significa que prefiro a misericórdia ao sacrifício, pois não vim chamar os justos mas os pecadores (Mat9,13). Descoroçoados como vivemos nós muitas vezes ao ouvirmos falar, e ao vermos mesmo, tantos ódios e violências, estas palavras do Salvador deveriam fazer medrar em nós um desejo sempre crescente de nos aproximarmos com grande confiança do trono da graça, a fim de alcançarmos misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna (Hebreus 4,16). É disto que tanto precisa a humanidade dos nossos dias, tão envolvida como anda nos pecados do ódio, do egoísmo, da imoralidade e da injustiça. Não é nunca necessário metermos requerimento para chegar ao coração do nosso Deus. a porta que a lança de Longino abriu no lado de Jesus leva direito ao coração dele: entremos e enchamo-nos da felicidade do perdão e da amizade de Deus em Cristo Jesus. Basta boa vontade e uma decisão sem reserva, o resto é com a sua infinita bondade.