a recusa das quotas obrigatórias para o acolhimento de refugiados nos países da União Europeia revela «falta de solidariedade» e vai «agravar» o problema destas pessoas, considera a presidente do Conselho Português para os Refugiados
a recusa das quotas obrigatórias para o acolhimento de refugiados nos países da União Europeia revela «falta de solidariedade» e vai «agravar» o problema destas pessoas, considera a presidente do Conselho Português para os Refugiados ao contrário do que estava inicialmente previsto, os chefes de Estado e de governo dos 28 países da União Europeia (UE) concordaram em repartir 40 mil refugiados da Síria e Eiritreia nos próximos dois anos, mas com base em quotas voluntárias. Teresa Tito Morais, presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR), considera dececionantes as medidas tomadas pelo Conselho Europeu. as expectativas que tínhamos não eram muito elevadas pelas atitudes que alguns países europeus estavam a tomar de restringir e de criarem mais dificuldades ao acolhimento de refugiados. Daí que o não estabelecer as quotas pode ainda agravar a situação, no sentido em que cada país com os seus egoísmos próprios e falta de solidariedade vai proceder de acordo com os seus interesses, deixando para segundo plano as suas obrigações internacionais, afirmou a responsável esta sexta-feira, 26 de junho, em declarações à agência Lusa. Portugal deverá receber 1. 700 refugiados ao abrigo do mecanismo de realocação e 704 pessoas pelo mecanismo temporário de reinstalação. Para Teresa Tito Morais, a situação dos refugiados é de emergência humanitária e, por isso, devem ser acelerados todos os dispositivos para que se concretize o acolhimento das pessoas que estão em risco, sob pena de se agravar o problema humanitário. Neste sentido, o CPR pretende criar uma plataforma que reúna organizações da sociedade civil e governamentais no sentido de promover o acolhimento efetivo de estrangeiros em dificuldades, por exemplo, em colaboração com as câmaras municipais. No país existem várias zonas, distritos, onde há desertificação e que poderia ser uma mais-valia para os refugiados. Refiro-me à agricultura e outros serviços que estão sem pessoas. Estes refugiados podem ajudar a desenvolver o nosso país, sublinhou a responsável.