Personalidades de várias áreas estão reunidas no México para discutir a criação de uma Carta de Deveres do Ser Humano, tal como defendeu o escritor português no seu discurso, quando recebeu o Prémio Nobel da Literatura
Personalidades de várias áreas estão reunidas no México para discutir a criação de uma Carta de Deveres do Ser Humano, tal como defendeu o escritor português no seu discurso, quando recebeu o Prémio Nobel da LiteraturaO Capítulo mexicano da World Future Society, em parceria com a Universidade Nacional autónoma do México (UNaM), convidaram intelectuais e pensadores de diversas áreas, para um encontro que decorre na capital do país, inspirado em José Saramago. Desta conferência deverá sair uma Carta de Deveres do Ser Humano, um documento de princípios defendido pelo escritor português, quando recebeu o Prémio Nobel, em 1998. Na abertura do encontro, a jornalista Pilar del Río, viúva de Saramago, recordou as suas palavras, que lembravam os 50 anos da assinatura da Declaração dos Direitos Humanos: Não parece que os governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que moralmente, quando não legalmente, estavam obrigados. Tomemos então, nós próprios, cidadãos comuns, a palavra, com a mesma veemência com que reivindicamos os direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez assim o mundo possa ser um pouco melhor. O reitor da UNaM, José Narro Robles, por sua vez, defendeu que, para o futuro, é necessário deixar de lado as visões individualistas e materialistas para pensar no planeta, nos seres que o habitam e no espírito do ser humano. É preciso mudar de foco e perspetivas, romper lugares comuns para imaginar um mundo diferente, atrevimento para avançar com uma nova utopia, imaginar um mundo onde a fome, a ignorância e as mortes evitáveis não caibam, onde não exista marginalização por motivos raciais, religiosos, de género ou económicos, sublinhou o responsável, citado pela agência Lusa.