Orfanato queniano acolhe mais de 100 órfãos portadores de Sida. Muitos dos familiares destas crianças não querem «saber nada sobre elas» devido ao estigma associado a esta doença
Orfanato queniano acolhe mais de 100 órfãos portadores de Sida. Muitos dos familiares destas crianças não querem «saber nada sobre elas» devido ao estigma associado a esta doençaO orfanato Nyumbani de Nairobi, no Quénia, acolhe neste momento um grupo de 129 órfãos seropositivos com idades compreendidas entre os dois e os 25 anos. Neste espaço, as crianças e jovens têm acesso a cuidados de saúde, alimentação e à atenção de que necessitam. Para a sociedade queniana, ser infetado com o vírus da Sida é o resultado de uma conduta imoral, um estigma que também afeta as crianças, denuncia a agência Fides, recordando que até 2003, as crianças do orfanato não eram aceites nas escolas públicas. atualmente, 70 por cento das crianças que vivem no orfanato Nyumbani têm pelo menos um familiar que não quer saber nada sobre elas nem quer tomar conta delas. Números divulgados pelo Programa Nacional sobre Sida e Controlo de Doenças Sexualmente Transmissíveis indicam que no Quénia cerca de um milhão e meio de crianças são órfãs devido à Sida, uma em cada dez mulheres grávidas é seropositiva e existe uma morte infantil por cada três nascimentos devido a esta doença. Contudo, a situação tem vindo a melhorar: os novos contágios baixaram 15 por cento nos últimos cinco anos.