Portugal é dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico com maior número de crianças pobres, estimando-se que um quarto dos menores «vive o flagelo da exclusão social», segundo o Movimento Democrático de Mulheres
Portugal é dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico com maior número de crianças pobres, estimando-se que um quarto dos menores «vive o flagelo da exclusão social», segundo o Movimento Democrático de Mulheres O aumento colossal do desemprego e da precariedade laboral, a redução dos salários e os cortes cegos na proteção social degradaram a qualidade de vida das famílias com consequências dramáticas nas crianças, afirmam as responsáveis do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), num comunicado difundido esta segunda-feira, 1 de junho, a propósito do Dia Mundial da Criança. No documento, o MDM refere que Portugal é dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com maior número de crianças pobres, estimando-se que um quarto viva o flagelo da pobreza infantil e exclusão social, situação que se agrava nas famílias monoparentais. Recordando a exclusão do direito ao abono de família de milhares de crianças e a perda do Rendimento Social de Inserção de mais de 37 mil crianças e jovens em 2013, o movimento considera que os menores são as grandes vítimas das políticas de austeridade do governo, que colocou o país no topo das desigualdades sociais na União Europeia. Há cada vez mais famílias a tirar os filhos dos infantários, creches e jardins de infância, por falta de condições económicas e cada vez mais crianças a terem apenas uma refeição por dia, tomada na escola, pode ler-se no comunicado, que acusa o executivo de violar diariamente a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito das Crianças. Quanto à violência de que são vítimas os menores, (os casos de abusos sexuais de crianças e adolescentes subiram 17,7 % entre 2013 e 2014), o MDM defende que para concretizar um combate eficaz e multidisciplinar a este flagelo se torna imperioso definir uma estratégia nacional de prevenção e combate dos abusos sexuais a crianças e reforçar com meios materiais e humanos as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens.