« a única coisa que não tem solução na vida é a questão da Segurança Social e das pensões das pessoas que não têm forma de alterar a sua vida», afirmou Manuela Ferreira Leite, quinta-feira passada, no seu comentário semanal na TVI24
« a única coisa que não tem solução na vida é a questão da Segurança Social e das pensões das pessoas que não têm forma de alterar a sua vida», afirmou Manuela Ferreira Leite, quinta-feira passada, no seu comentário semanal na TVI24Manuela Ferreira Leite mostrou-se agastada com a possibilidade de um novo corte nas pensões a pagamento, 600 milhões de euros previstos no Orçamento de Estado para o próximo ano, pela atual ministra das finanças por Maria Luís albuquerque. Pensei que tínhamos entrado numa fase indecorosa relativamente aos problemas da Segurança Social e ao que são os idosos neste país.
Eu ouvi, referiu Ferreira Leite, quando confrontada com a tentativa de correção por parte dos partidos da coligação governamental em relação às palavras de Maria Luís albuquerque. É evidente que não está decidido, mas está anunciado que é um problema que não tem solução. Quando todo o discurso para todas as classes sociais é de esperança, a única coisa que não tem solução na vida é a questão da Segurança Social e das pensões das pessoas que não têm forma de alterar a sua vida.
Vamos todos avançar, deixando para trás um grupo de pessoas, concluiu Ferreira Leite, lamentando que este discurso tenha sido feito frente a uma plateia de jovens (juventude social-democrata). Não há nenhum país que consiga progredir com princípios e com valores quando se fazem declarações dessa natureza. Fica o lamento de Ferreira Leite ao afirmar que a Segurança Social está absolutamente selvática.

a sustentabilidade do Estado Social é um dos problemas mais graves de que padece o nosso país, dado que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é demasiado baixo para que o Estado possa cumprir as obrigações assumidas para com os cidadãos. O Estado Social foi sendo aumentado e beneficiado ao longo dos anos e o seu peso económico tornou-se avassalador para os cofres do erário público. agora a única alternativa que permitirá ao Estado cumprir prende-se com o crescimento económico, mas este está em declínio há anos, não apenas em Portugal, mas também a nível europeu.
Portugal ainda está a braços com uma grave crise económica que asfixia os cidadãos, mormente os mais frágeis, com o desemprego altíssimo e a economia a tardar a subida desejada, mantendo distante a esperança por um futuro melhor. Mário Pinto, professor universitário, que sempre norteou a sua vida pela defesa da doutrina social da Igreja, escreveu: O Estado providencialista está arruinando as economias, nos países onde, como no nosso, se conjuga um grande progresso social com um grande atraso da economia.

Convém lembrar que o aumento da esperança média de vida penaliza as pensões ainda mais, o que leva a que em 2016 os portugueses para receberem a pensão sem cortes terão de trabalhar até aos 66 anos e dois meses. a esperança média de vida aumentou na última década em Portugal e as mulheres continuam a viver mais anos dos que os homens. Mas essa diferença está a diminuir, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística agora divulgados. Nas atuais condições, e sem as alterações de fundo necessárias para a Segurança Social, qualquer solução é falível se não tiver um consenso político-partidário alargado, seja qual for o Governo.
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho vai dizendo que a Segurança Social e os contribuintes atuais, bem como os beneficiários atuais e futuros merecem ter estabilidade e ter segurança na forma como o sistema funciona. No entanto admite que o Governo se comprometeu, dentro do Programa de Estabilidade que apresentou em Bruxelas, com um resultado que ajude a equilibrar o orçamento da Segurança Social e alguma medida terá de ser encontrada nesse sentido. Daí a possível justificação para os cortes das pensões para 2016.
Já o Partido Socialista, pela voz do seu secretário-geral, diz que se for Governo não aplica os cortes previstos, mas a solução que apresenta para não o fazer não convence os economistas mais reputados. Por favor, entendam-se senhores políticos, pois de contrário quem se lixa é o mexilhão.