Mais de 300 pessoas, entre bispos, missionários e missionárias, leigos e leigas, estiveram reunidas em Nairobi, no Quénia, para definir novas estratégias de resposta aos desafios pastorais do mundo de hoje

Mais de 300 pessoas, entre bispos, missionários e missionárias, leigos e leigas, estiveram reunidas em Nairobi, no Quénia, para definir novas estratégias de resposta aos desafios pastorais do mundo de hoje
O anfiteatro da Universidade Católica da África Oriental, em Nairobi, no Quénia, acolheu, entre 19 e 21 de maio, uma Conferência Missionária Internacional organizada pelos Missionários da Consolata, para celebrar os 110 anos da Conferência Missionária de Muranga. Nessa ocasião, entre 29 de fevereiro a 3 de março de 1904, os primeiros missionários chegados ao Quénia elaboraram o método evangelizador consolatino que assentava em quatro pilares: visitas frequentes às aldeias, com momentos de instrução religiosa e oração; caridade para com os doentes e moribundos; cooperação dos catequistas e da comunidade cristã na evangelização; criação de comunidades cristãs ministeriais. Este eficaz método missionário, que faz parte do património genético da Consolata, foi usado também em Moçambique. Desta vez, a Conferência Missionária Internacional foi organizada em colaboração com as Pontifícias Obras Missionárias do Quénia, presididas pelo bispo de bispo de Marsabit, Peter Kihara, e com a Universidade Católica. O tema do encontro – Evangelizar em África: Comemorar e redefinir a nossa identidade e missão no mundo de hoje – resume o conteúdo dos assuntos em debate.como em Muranga, em 1904, os Missionários da Consolata sentiram a necessidade de definir uma estratégia missionária para melhor responder às exigências colocadas pela missão entre o povo Kikuyu, assim também hoje, a Igreja do Quénia e de África em geral, estimulada pela reflexão destes dias, deve redefinir a sua missão de modo a responder aos desafios pastorais do mundo atual. Participaram na iniciativa mais de 300 pessoas (bispos, missionários, missionárias, leigos e leigas de diferentes dioceses do Quénia e de outros países de África). O primeiro dia foi dedicado ao tema da evangelização. Na primeira palestra, apresentada pelo padre Pietro Schiavinato, foi dada a conhecer a atividade dos Missionários da Consolata no Quénia e o contexto e importância da Conferência de Muranga. a irmã Jane Njeri Ngugi apresentou em seguida a figura e obra da irmã Irene Stefani que será beatificada em Nyeri, este sábado, 23 de maio. Houve também um momento muito significativo de testemunhos de religiosos e leigos sobre a atividade dos missionários e missionárias da Consolata e os frutos da sua evangelização, sobretudo na formação humana e espiritual de gerações de católicos. Fazendo memória da missão, o olhar não ficou só fixado no passado. Iluminados pela intervenção do padre Patrick Mwania e do bispo Rodrigo Mejia, os participantes foram convidados a refletir sobre o futuro da missão e os seus desafios. No segundo dia de palestras, sob o tema a Vivência da Fé, a reflexão e o debate centrou-se nos elementos particulares da evangelização, tais como: a presença dos religiosos na Igreja local; a pastoral juvenil em África e os seus desafios; a evangelização e os media. além das comunicações, na parte da tarde houve trabalhos em grupo sobre os temas apresentados. O último dia, dedicado ao Serviço do homem, foi preenchido com os temas da educação, saúde, justiça e boa governação. Missionários, políticos, responsáveis da educação e da saúde deram testemunho da importância do contributo social da Igreja na promoção humana no Quénia e em África.