«Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa», diz-nos Jesus Cristo no Evangelho deste domingo
«Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa», diz-nos Jesus Cristo no Evangelho deste domingoNa frase acima citada, Jesus refere-se às palavras que um momento antes tinha dito: Permanecei no meu amor (V/ 9b). Mas como permaneceremos no amor de Jesus? Explica ele: Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor (V/ 10); disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa (V/ 11). a alegria é um sentimento necessário para que alguém se sinta realizado na vida; é uma emoção causada por qualquer coisa ou pessoa que nos dá prazer, em ato ou em simples recordação. É a satisfação de ver cumprido, ou obtido, o que muito se desejava, uma necessidade plenamente satisfeita. a alegria é fonte de felicidade. Na Palavra de Deus, a Bíblia, a alegria tem um lugar primário na revelação de Deus: todos os salmos, por exemplo, estão cheios de alegria, mesmo aqueles que contêm súplicas patéticas. Mas a alegria no antigo Testamento é já a caraterística da era messiânica – uma alegria abundante e universal pelo que Deus fez. até Deus se alegrou ao fim de tudo criar, pois viu que era tudo bom (Génesis 1, 25b). No Novo Testamento a alegria, grande e inapagável, consiste em termos Cristo em nós, alegria que já foi anunciada pelos anjos na noite do seu nascimento em Belém: Uma alegria que será para todo o povo (Lucas 2,10). O próprio Jesus Cristo exultou de alegria porque o Pai se revela especialmente aos pequeninos e aos simples (cf. Lucas 10,21). O alicerce da alegria para o cristão é que ela é fruto do Espírito Santo que habita em nós (Gálatas 5,22). Mesmo a pregação apostólica missionária é causa de alegria para quem a faz e para quem a recebe. a alegria terá o seu cumprimento total na glória do Céu, comunidade divina e humana (apocalipse 19,1-8), onde não mais haverá morte, nem luto, nem pranto nem dor (apoc21,4). Nem sempre, por várias razões pessoais, vindas de outras pessoas ou de acontecimentos, vivemos na alegria. Quantas vezes nos invade a tristeza, que é causada por sentimentos de insatisfação, da ausência daquilo que nos tornaria felizes. Uma grande causa de tristeza é a solidão, quando no nosso coração falta aquilo que desejamos como fonte de alegria e realização, ou nos sentimos rejeitados e abandonados. a solidão pode causar uma dor indescritível de abandono total que pode resvalar numadepressão, túnelsemclaraboias. É nesses momentos que mais precisamos de nos voltarmos para o Senhor Jesus que diz: Vinde a mim todos vós que andais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei (Mateus 11,28). Causa da nossa alegria, dizemos na ladaínhade Nossa Senhora, Maria ensina-nos a exultar por pertencermos a Cristo e sermos amados por Deus: O meu espírito se alegra em Deus meu Salvador (Lucas 1,47). Mas para termos uma alegria plena, diz-nos Jesus no Evangelho deste domingo, devemos permanecer no seu amor e no amor ao próximo. Procuremos ter sempre no coração a frase de Jesus que lemos acima: Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. E sejam sempre objeto da nossa oração e da nossa ação os que se encontram na dor, na tristeza ou na solidão.