Relatório anual sobre o conflito rural revela um aumento do número de mortes, ameaças e agressões, por causa de desentendimentos ligados à terra, à água e ao trabalho. Bispo denuncia a «ineficácia» dos tribunais na gestão destes processos
Relatório anual sobre o conflito rural revela um aumento do número de mortes, ameaças e agressões, por causa de desentendimentos ligados à terra, à água e ao trabalho. Bispo denuncia a «ineficácia» dos tribunais na gestão destes processosO número de assassinatos, ameaças e agressões relacionadas com conflitos ligados à posse da terra, à água e ao trabalho não para de aumentar no Brasil. Segundo o relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT), apresentado esta semana, em 2014 os homicídios nas zonas rurais aumentaram seis por cento, mas este aumento não se refletiu na quantidade de condenações de executores e mandantes. Para o bispo de Balsas e presidente da CPT, Enemésio angelo Lazzaris, é de lamentar que em 30 anos de publicação do relatório, continue sem conseguir reduzir-se os índices de violência. O prelado critica ainda a ineficácia dos tribunais em relação ao número de procedimentos criminais. Dos 1. 307 casos de conflito com homicídio, apenas 108 foram a processo, com a condenação de 86 pessoas e de 28 mandantes. De acordo com o estudo, o número de tentativas de homicídio também aumentou. Houve 56 casos em 2014 contra 15 em 2013, um incremento de 273 por cento. ao contrário, as ameaças de morte diminuíram 24 por cento, o que leva a CPT a concluir que, agora, não se ameaça mais, comete-se diretamente o crime.