as ativistas dos direitos da mulher no afeganistão enfrentam cada vez mais riscos. São vítimas de ameaças, agressão sexual e até assassinatos, de acordo com um relatório da amnistia Internacional
as ativistas dos direitos da mulher no afeganistão enfrentam cada vez mais riscos. São vítimas de ameaças, agressão sexual e até assassinatos, de acordo com um relatório da amnistia Internacional as conclusões são claras e preocupantes. Quem defende os direitos das mulheres no afeganistão tornou-se um alvo de violência, não apenas por parte dos talibã, mas também pelos senhores da guerra e até mesmo por alguns responsáveis governamentais, acusa a amnistia Internacional (aI), no seu mais recente relatório, apresentado terça-feira, 7 de abril, em Cabul. as defensoras de direitos humanos, de todas as camadas sociais, têm lutado corajosamente, e com ganhos significativos, ao longo dos últimos 14 anos. Muitas pagaram-no com a vida. É chocante que as autoridades afegãs as deixem abandonadas à sua própria sorte, numa situação mais perigosa do que nunca, critica o secretário-geral da aI, Salil Shetty. De acordo com os dados recolhidos para o estudo da aI, as ativistas dos direitos humanos têm sido vítimas de atentados com carros armadilhados, as suas casas atacadas com granadas, alguns familiares foram mortos e elas mesmo alvos de assassinatos. Muitas – e são as mulheres ativistas que mais são visadas – prosseguem o seu trabalho apesar de serem frequentemente atacadas, e fazem-no com a plena consciência de que nada será feito contra os seus atacantes, refere o documento. Os especialistas realçam que os governos internacionais têm gasto centenas de milhares de euros, desde 2001, em projetos a favor dos direitos da mulher, mas os resultados são dececionantes, apesar do quadro jurídico que protege as mulheres ter sido melhorado e do atual governo ter reafirmado o seu compromisso na defesa dos direitos da mulher. Recentemente, a União Europeia lançou um programa, que uma vez em funcionamento, oferece proteção e acompanhamento aos defensores dos direitos. No entanto, a estratégia ainda tem que ser testada para perceber os resultados. O afeganistão enfrenta um futuro incerto e está a viver o momento mais crítico da sua história recente. agora não é o momento para os governos internacionais abandonarem o país, sublinha Salil Shetty.