a 14 e 15 de Outubro, Salamanca converteu-se no lugar de encontro de representantes de 22 nações ibero-americanas que debateram assuntos de cultura, indústria, solidariedade e Política exterior.
a 14 e 15 de Outubro, Salamanca converteu-se no lugar de encontro de representantes de 22 nações ibero-americanas que debateram assuntos de cultura, indústria, solidariedade e Política exterior. Os três principais pontos de trabalho foram a realidade socioeconómica da comunidade ibero-americana, a migração e a sua projecção internacional. Os países que formam a Conferência Ibero-americana são 19 nações americanas (argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Paraguai, República Dominicana, Uruguai, Venezuela) e três nações europeias (Espanha, Portugal e andorra).
Durante o encontro foi criada a Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB), que nasce com a vontade de aprofundar a coesão interna da comunidade ibero-americana e de reforçar a sua projecção exterior ante as instituições da União Europeia (UE), os Estados Unidos – onde residem mais de 45 milhões de pessoas que falam espanhol – e ante as Nações Unidas (ONU), um objectivo que será favorecido pela participação da SEGIB na ONU com o estatuto de observador.
Uma novidade desta cimeira é que os participantes não se limitaram a ratificar o documento de conclusões, previamente discutido pelos coordenadores nacionais e os chanceleres antes da cimeira. O conteúdo dos três grandes temas da declaração final foi debatido à porta fechada.
Os três dias da cimeira começaram com a assinatura de um comunicado conjunto no qual pedem ao governo dos Estados Unidos para pôr termo ao bloqueio cubano. Foi também enviada a petição conjunta da extradição de um suspeito de terrorismo, alegadamente responsável da morte de 73 civis que voavam num avião cubano em 1973. Os Estados Unidos, através do porta-voz da embaixada norte-americana na Espanha, já manifestaram o seu desacordo face a este comunicado.
Um dos temas mais interessantes que estava na agenda da cimeira foi a iniciativa de troca da dívida externa por educação, uma proposta que nasceu dos movimentos sociais e foi apresentada nas altas esferas da política internacional por iniciativa da argentina e do Brasil.
O governo espanhol mostrou-se interessado nesta ideia e já deu alguns tímidos passos nesse sentido, assinando dois programas para a conversão da dívida das Honduras e da Nicarágua (num total de 177 milhões de dólares) em investimentos públicos destinados a financiar projectos de desenvolvimento nos âmbitos da educação e do meio ambiente.
Quem desejar conhecer na íntegra a declaração final pode ir à página da Cimeira Ibero-americana.