a advogada zimbabueana Beatrice Mtetwa está entre os que receberam o Prémio Internacional da Liberdade de Imprensa, concedido pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas.
a advogada zimbabueana Beatrice Mtetwa está entre os que receberam o Prémio Internacional da Liberdade de Imprensa, concedido pelo Comité para a Protecção dos Jornalistas. Nos últimos anos as autoridades do Zimbabué fecharam jornais e introduziram nova legislação com o objectivo de restringir os médios de comunicação. Num país onde a lei é usada como uma arma Mtetwa defendeu os jornalistas e pressionou por uma maior liberdade de imprensa, com grande risco pessoal, disse o Comité de Protecção dos Jornalistas (CPJ).
Eu limitei-me a fazer o meu trabalho, disse Mtetwa à BBC. O mais importante do meu trabalho nem chega aos médios de comunicação acrescentou, referindo-se ao seu trabalho como advogada dos direitos humanos.
Trabalhou em defesa do jornal independente Daily News, que foi vítima de repetidos abusos e ameaças por parte do governo, até que foi fechado em 2003. Já este ano, a advogada conseguiu a libertação de Toby Harnden e de Julian Simmonds do jornal British Sunday Telegraph, que foram presos durante as eleições presidenciais.
Em 2003 Beatrice Mtetwa tornou-se internacionalmente conhecida pelos seus esforços para evitar a deportação do correspondente do jornal britânico Guardian no Zimbabué, andrew Meldrum, um cidadão norte-americano. Obteve ordens do tribunal permitindo a Meldrum ficar no Zimbabué, mas ele foi igualmente capturado pela polícia, detido e colocado num avião. Quando descobriu que ele estava no aeroporto, Beatrice correu para a pista com uma nova ordem do tribunal, mas o avião já estava a descolar.
Nesse mesmo ano, a advogada foi presa por alegadamente conduzir sob o efeito do álcool, ficando detida por três horas numa estação da polícia onde foi espancada, sendo depois libertada sem qualquer acusação.
Este ano, outros três jornalistas foram premiados:

  • Galima Bukharbaeva, antigo correspondente do Instituto para a Paz e a Guerra no Uzbequistão;
  • Lúcio Flávio Pinto, editor do Jornal Pessoa, no Brasil;
  • Shi Tao, um jornalista que permanece detido na China.