a Bloomberg Business, revista financeira norte-americana afirma que Portugal será, em 2015, o 10º país com a economia mais miserável do mundo. Estes resultados são baseados no í­ndice sobre o nível da taxa de desemprego e a taxa de inflação prevista
a Bloomberg Business, revista financeira norte-americana afirma que Portugal será, em 2015, o 10º país com a economia mais miserável do mundo. Estes resultados são baseados no í­ndice sobre o nível da taxa de desemprego e a taxa de inflação previstaO estudo elaborado pela Bloomberg, que relaciona a taxa de desemprego e as alterações no índice de preços no consumidor, coloca Portugal em 10º lugar no ranking das 15 economias mais miseráveis do mundo. Tendo em conta as previsões do Fundo Monetário Internacional, o desemprego no nosso país pode fixar-se, em 2015, nos 13,5% e a inflação nos 1,2%. Portugal tem vindo a ser, desde o início da crise financeira que se abateu sobre a Europa, um dos países considerados mais pobres.
Estes dados são contrários às declarações da ministra das Finanças, Maria Luís albuquerque, que há dias havia afirmado ser necessário desvalorizar o fenómeno da emigração jovem, uma vez que os jovens hoje em dia possuem mais oportunidades de emprego, até mesmo dentro da Europa com os programas de mobilidade. Constatamos que na lista divulgada dos 15 primeiros países mais miseráveis, cinco deles são europeus.

a lista é encabeçada pela Venezuela e compreende 51 países de todo o mundo, num conjunto de nações que possuem um produto interno bruto a rondar os 31 dólares per capita, o equivalente a 27 euros, encontrando, desta forma, aqueles cujas economias apresentam maiores dificuldades para se trabalhar e viver. De acordo com a agência noticiosa, essa aflição será mais expressiva este ano na Venezuela, argentina, África do Sul, Ucrânia e Grécia – as cinco economias onde será mais doloroso viver e trabalhar.
Em relação aos três primeiros lugares do ranking de países que deverão assistir a mais miséria económica este ano as suas posições pouco mudaram em relação à lista do ano passado, onde ocupavam três dos quatro primeiros lugares. a Espanha ocupa o 6º lugar e a Itália o 11º. Do ranking para 2015 fazem parte ainda a Rússia, Croácia, Turquia, Colômbia, Brasil, Eslováquia e Indonésia.

Será conveniente refletir nestes números, mesmo sabendo que são previsões e como tal falíveis. a verdade é que são baseados em estudos concretos e permitem algum grau de certeza. Tendo em conta o passado e a forma como o sistema económico português tem evoluído, tudo aponta para que se concretizem durante este ano em que estamos. Só as previsões dos governantes é que são mais animadoras, mas isso já tem a ver com as políticas dos partidos que pretendem segurar o poder, não olhando a meios para o alcançar.
Quem está atento à linguagem política verifica, com alguma facilidade, que até os números têm uma interpretação própria, mas em nada condizentes com a verdade e o rigor próprios que são exigidos a quem dirige os destinos do país. Sabemos que é necessário transmitir alguma dose de esperança num futuro melhor, mas não é por palavras que lá chegamos. Contam muito mais os atos para rumar a bom porto.

Vem mesmo a propósito lembrar que mais de 70% dos jovens portugueses entre os 18 e os 40 anos que participaram no inquérito Geração Erasmus não confia nos políticos do seu país, e cerca de 25% entende que a Europa é burocrática e está em crise. Os dados constam do relatório com os resultados divulgados esta semana, e que são as conclusões das entrevistas de 15 perguntas feitas pela Internet a 1500 jovens europeus dos 28 Estados membros da União Europeia, com idades entre os 18 e os 40 anos.
a falta de confiança nos políticos nacionais por parte dos jovens de Portugal está 12 pontos percentuais acima da média da União Europeia: 72% dos portugueses desconfiam da classe política do país, enquanto a média europeia é de 60%. No entanto, dados citados no relatório indicam que 70% dos jovens cidadãos europeus não votaram nas últimas eleições, ou seja também não usam os meios ao seu dispor para se afirmarem pela positiva, o que é lamentável.