No Dia da Vida Selvagem, o secretário-geral da ONU sugere haver «forte evidência do envolvimento, cada vez maior, de redes do crime organizado e de grupos armados não-estatais» nos crimes contra animais selvagens
No Dia da Vida Selvagem, o secretário-geral da ONU sugere haver «forte evidência do envolvimento, cada vez maior, de redes do crime organizado e de grupos armados não-estatais» nos crimes contra animais selvagensO Dia Mundial da Vida Selvagem é assinalado pela Organização das Nações Unidas (ONU) esta terça-feira, 3 de março, pela segunda vez. Este ano, a data é uma ocasião para alertar para a problemática do crime organizado. Nesse sentido, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) organiza um evento no Central Park Zoo, em Nova Iorque (Estados Unidos da américa), com um painel de alto-nível para discutir os crimes.
De acordo com o PNUD, mais de 1,2 mil rinocerontes foram caçados em 2014 e, num período de três anos, 100 mil elefantes africanos foram mortos de forma ilegal. Numa mensagem para esta data, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, refere que é hora de levar a sério os crimes contra a vida selvagem. O responsável destaca que o comércio ilegal se tornou um crime transnacional sofisticado, comparando-se com o tráfico de drogas ou de seres humanos.
Ki-moon evidencia que os crimes que envolvem animais selvagens são muitas vezes facilitados pela corrupção ou pela fraca governação. Por isso, o secretário-geral das Nações Unidas sugere também a existência de uma forte evidência do envolvimento, cada vez maior, de redes do crime organizado e de grupos armados não-estatais.
Para o responsável, citado pela Rádio ONU, levar o problema a sério significa envolver setores da sociedade ligados à fabricação e ao consumo de produtos feitos a partir da vida selvagem, como medicamentos, alimentos, materiais de construção, móveis, cosméticos, roupas e acessórios.
O secretário-geral da ONU refere que as leis precisam de receber mais apoio das comunidades e realça o papel dos negócios e do público em geral, que podem, por exemplo, recusar comprar marfim ilegal ou chifres de rinoceronte. Outra ideia é insistir que produtos do mar e das florestas tropicais tenham sido obtidos de forma legal e de fontes sustentáveis. assim, Ki-moon faz um apelo a consumidores, produtores e governos, para que tratem os crimes contra a vida selvagem como uma ameaça ao futuro sustentável.