« a Igreja tem dado grandes passos para que a mensagem de Cristo seja comunicada por meio das tecnologias e plataformas digitais, mas certamente que ainda há muito a fazer»
« a Igreja tem dado grandes passos para que a mensagem de Cristo seja comunicada por meio das tecnologias e plataformas digitais, mas certamente que ainda há muito a fazer»Manuel de Fátima e Oliveira Morujão nasceu em Figueirosa, São Pedro do Sul, Viseu, há 68 anos. É Superior da Comunidade dos Jesuítas ligados à Faculdade de Filosofia e vigário episcopal para a vida consagrada, na arquidiocese de Braga. Teve a certeza que queria ser missionário aos 16 anosFátima Missionária Foi secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa durante seis anos. Qual a pergunta que lhe custou mais responder? Manuel Morujão Naturalmente que o assunto mais delicado a que tive de referir-me diversas vezes foi sobre questões de abuso de menores por parte de membros da Igreja. Por outro lado, foram ocasiões providenciais para clarificar que na Igreja se segue a tolerância zero para com tais gravíssimos abusos e que importa prevenir este flagelo nas famílias e nas instituições onde há crianças e adolescentes. FM É verdade que reza no carro com a ajuda de um CD? MM Praticamente todos os dias tenho que usar o carro. a oração é uma excelente companhia, pois nos torna presente Deus amor. assim, tenho no carro CDs com o rosário e com músicas religiosas, que me ajudam a aproveitar o tempo para pôr em dia a conversa com Deus. FM Disse um dia que Se Cristo surgisse hoje, divulgaria a sua mensagem com a ajuda das novas tecnologias. a Igreja ainda está muito analógica e pouco digital? MM Penso que a Igreja tem dado grandes passos para que a mensagem de Cristo seja comunicada por meio das tecnologias e plataformas digitais, mas certamente que ainda há muito a fazer. Os púlpitos digitais são uma prioridade na ação evangelizadora do povo de Deus, para levar a Boa Nova de Jesus até aos confins da terra, até às periferias geográficas e existenciais, como nos recorda o Papa Francisco. FM ainda se lembra do momento em que teve a certeza que queria ser padre? MM Pelos meus nove anos experimentei a atração interior de ser padre missionário. O meu irmão mais velho, sacerdote, encaminhou-me para os Jesuítas, e assim entrei no Colégio de Cernache, Coimbra. Naturalmente que foi determinante para mim o ambiente familiar. Recordo que se tornou claro que a minha vocação era ser padre Jesuíta, num retiro que fiz em Esposende, quando tinha 16 anos. FM É preciso ter coragem para ser consagrado nos dias de hoje, ou basta ter fé? MM Basta ter a coragem da fé, que é mais dom de Deus que uma conquista nossa. as atuais dificuldades de secularismo, materialismo e indiferentismo devem ser encaradas mais como um desafio a uma resposta de qualidade, empenhando toda a vida num projeto radical de serviço, segundo a própria vocação. a alegria da entrega é muito mais rica e profunda que os sacrifícios da fidelidade.