«às vezes, o nosso mundo esquece o valor especial que tem o tempo gasto à cabeceira do doente, porque, obcecados pela rapidez, pelo frenesim do fazer e do produzir, esquece-se a dimensão da gratuidade», diz o Papa Francisco
«às vezes, o nosso mundo esquece o valor especial que tem o tempo gasto à cabeceira do doente, porque, obcecados pela rapidez, pelo frenesim do fazer e do produzir, esquece-se a dimensão da gratuidade», diz o Papa Francisco a Igreja prepara-se para assinalar mais um Dia Mundial do Doente, instituído por São João Paulo II. Os missionários da Consolata inspiraram-se no mote lançado pelo Papa Francisco e prepararam um conjunto de atividades para levar uma palavra de consolo aos mais débeis e quebrar a solidão dos enfermos

a poucas semanas de mais um Dia Mundial do Doente, uma celebração agendada para 11 de fevereiro, e tendo em conta a mensagem do Papa Francisco para a efeméride, impõe-se a pergunta: Há quanto tempo não visita um doente? Há muito? Pois é precisamente por isso que o Santo Padre recorda, mais uma vez, a absoluta prioridade que cada cristão saia de si próprio e se coloque ao lado do irmão mais necessitado.
Às vezes, o nosso mundo esquece o valor especial que tem o tempo gasto à cabeceira do doente, porque, obcecados pela rapidez, pelo frenesim do fazer e do produzir, esquece-se a dimensão da gratuidade, do prestar cuidados, do encarregar-se do outro, escreve o Pontífice, recordando a natureza missionária da Igreja, de onde deve brotar a caridade efetiva para com o próximo, a compaixão que compreende, assiste e promove.

José Barros, missionário da Consolata e capelão do Hospital amadora-Sintra, sabe bem do que fala Francisco. Há muitos doentes que passam dias, e até meses, sem a visita de um familiar. E vemos frequentemente pessoas acabrunhadas, não tanto pela doença, mas por não terem notícias dos familiares. Para o sacerdote, que conta com o precioso auxílio de uma equipa de 90 visitadores voluntários, é fundamental que a sociedade deixe de olhar tanto para a vertente económica e passe a valorizar mais o doente, contribuindo para uma maior humanização dos hospitais e para o reforço da fé nestes espaços.

as visitas aos doentes são muito importantes e fazem toda a diferença, para amenizarem o facto das pessoas estarem dias e dias sem contactarem com alguém conhecido, do seu círculo familiar mais próximo, adianta o padre Jaime Marques, capelão da Santa Casa da Misericórdia da amadora.

Foi a pensar nisso que os missionários da Consolata em Portugal decidiram assinalar o Dia Mundial do Doente com uma visita especial aos acamados do Hospital amadora-Sintra e da Santa Casa da Misericórdia da amadora, assegurada pelo grupo de voluntários, e a entrega em mão de uma lembrança, que lhes leve esperança e consolação. a iniciativa serve também de incentivo, para que nesse dia, todos possam partilhar um pouco do seu tempo com os que se encontram doentes.