a CNJP defende «que o diálogo entre diferentes culturas e religiões é hoje mais importante ainda», depois dos ataques na Nigéria e em Paris. E esse diálogo supõe combater a pobreza, a exclusão social e a violência, bem como a liberdade de ideias
a CNJP defende «que o diálogo entre diferentes culturas e religiões é hoje mais importante ainda», depois dos ataques na Nigéria e em Paris. E esse diálogo supõe combater a pobreza, a exclusão social e a violência, bem como a liberdade de ideias a propósito dos mais recentes ataques terroristas de Paris e da Nigéria, a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) veio defender – num comunicado intitulado O Diálogo Mais Urgente – a sua convicção de que o diálogo entre diferentes culturas e religiões é hoje mais importante ainda, como alternativa ao choque de civilizações e antídoto contra o terrorismo. De acordo com o texto, divulgado quinta-feira, 5 de fevereiro, é este diálogo que mais facilita o acolhimento dos muçulmanos nas sociedades europeias (norteado por uma cultura do encontro e da hospitalidade) e é ele, por isso, o mais potente antídoto contra o terrorismo de matriz fundamentalista. Para este organismo eclesial, esse diálogo supõe o combate à pobreza e exclusão social, a rejeição da violência, a liberdade do debate de ideias e o respeito pelos sentimentos religioso dos outros. Os ataques de Paris e da Nigéria suscitam em muitos dúvidas sobre a viabilidade da convivência pacífica e harmoniosa entre pessoas de diferentes culturas e religiões nas sociedades europeias, anota a CNJP, nomeadamente, refere o texto, a presença de pessoas de fé islâmica é vista por muitos como uma ameaça. Há quem evoque a este respeito a conhecida (mas não comprovada) tese do choque de civilizações. argumenta a CNJP que, para evitar o choque de culturas, a solução não reside em eliminar do espaço público todas as manifestações religiosas, relegando-as para a esfera estritamente privada, considerando que não pode pretender-se que os muçulmanos e outros crentes deixem de o ser, reneguem a sua fé, para poderem ser acolhidos nas sociedades europeias. afinal, essa pretensão acabaria por favorecer o extremismo fundamentalista, que rejeita esse acolhimento. Tão urgente como o diálogo entre culturas e religiões é a remoção defatoresque conduzem à pobreza e exclusão social, uma vez que, como é sabido, o desespero de quem não tem nada a perder’ muitas vezes facilita o recrutamento para organizações terroristas. a Comissão deixa uma nota de que importa deixar claro que nunca a ofensa aos sentimentos religiosos pode justificar o recurso à violência, e nem sequer atenua a gravidade de atentados contra a vida.como se conclui: a vida humana tem sempre um valor supremo.