a partir deste ano, o dia 8 de fevereiro será Dia Internacional de Oração e Sensibilização Contra o Tráfico Humano, por proposta de uma missionária da Consolata
a partir deste ano, o dia 8 de fevereiro será Dia Internacional de Oração e Sensibilização Contra o Tráfico Humano, por proposta de uma missionária da ConsolataEugenia Bonetti é uma missionária da Consolata que, depois de 24 anos de serviço no Quénia, se tem dedicado às vítimas de violência e abusos causados pela exploração e tráfico de seres humanos. Fundadora da associação Slaves no more (nunca mais escravos), que se ocupa desse fenómeno, é também responsável por um gabinete de combate ao tráfico humano no seio da União das Superioras Maiores de Itália.como coordenadora de uma rede de 250 consagradas que atuam em mais de 100 casas de acolhimento das vítimas do tráfico humano, foi recentemente recebida pelo Papa Francisco, à cabeça de uma delegação que opera nesse setor.

Na sua visita ao Santo Padre exprimiu-lhe o desejo de ver instituído em toda a Igreja um dia de oração e sensibilização contra o tráfico de seres humanos, os novos escravos do nosso século. Propunha que esse dia coincidisse com a festa de Santa Josefina Bakhita, padroeira de todos os escravos de ontem e de hoje, que se celebra no dia 8 de fevereiro.

Francisco que desde o início do seu pontificado tem denunciado várias vezes o tráfico de seres humanos como um crime contra a humanidade e um flagelo e uma ferida aberta da sociedade contemporânea, aceitou a proposta. De facto, a partir deste ano, o dia 8 de fevereiro será Dia Internacional de Oração e Sensibilização Contra o Tráfico Humano. O convite é feito a todos os quadrantes da sociedade para unirem esforços a favor das vítimas e acabar com uma prática que tem sido cada vez mais agressiva e ameaça não só as pessoas como os valores que estão na base da sociedade.
Todos os anos cerca de 2,5 milhões de pessoas são vítimas de tráfico e escravatura, frisa o Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes da Santa Sé. Homens e mulheres, jovens e crianças, sobretudo as mais pobres e vulneráveis, são vítimas de tráfico para exploração sexual, trabalhos forçados e mendicância, remoção ilegal de órgãos, serventia doméstica e matrimónio forçado, adoção ilegal e outras formas de abuso.
a ONU estima que só na Europa 500 mil mulheres sejam traficadas a cada ano. as brasileiras engrossam as estatísticas no velho continente e somam 75 mil, o equivalente a 15 por cento das vítimas. Há redes internacionais que se ocupam deste infame mercado, o terceiro mais criminoso do mundo, superado apenas pelos tráficos de armas e drogas.
Perante o sofrimento de tantas mulheres, homens e crianças cuja dignidade humana é violada, nas palavras de Francisco, a Igreja permanece firme no seu esforço de combater o tráfico de seres humanos e de sustentar as vítimas desta chaga social.