a Irmã Mary Melone, do Instituto Religioso das Irmãs Franciscanas angeline, foi eleita reitora – em outubro de 2014 – da Pontifí­cia Universidade antonianum e tornou-se na primeira mulher a chefiar uma universidade pontifí­cia
a Irmã Mary Melone, do Instituto Religioso das Irmãs Franciscanas angeline, foi eleita reitora – em outubro de 2014 – da Pontifí­cia Universidade antonianum e tornou-se na primeira mulher a chefiar uma universidade pontifí­ciaMuitos papas têm enaltecido, ao longo dos séculos, o papel de Maria na Igreja. Tendo em conta esta posição, seria de esperar que a mulher, enquanto criatura de Deus tal como o homem, tivesse também uma importância adequada na estrutura da mesma, mas isso não aconteceu na realidade.
O papa Francisco, que desde o início da sua eleição tem introduzido uma visão e práticas ousadas nos mais diversos setores da Igreja, está a demonstrar que efetivamente as mulheres podem ser uma mais-valia. Prova disso foi Francisco haver nomeado esta freira, em 16 de julho de 2014, consultora da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida apostólica e, mais tarde, reitora da Universidade Pontifícia, surpreendendo mesmo a nova responsável.

a reitora da Pontifícia Universidade antonianum declarou, em entrevista a uma agência noticiosa italiana, que a reação que teve foi de grande surpresa, eu não achava possível essa nomeação. Não porque sou mulher, mas porque a Universidade é uma expressão da Ordem dos Frades Menores, e para mim era normal que a Ordem quisesse administrar diretamente uma instituição tão importante. Em vez disso, a Ordem demonstrou uma grande abertura a toda a família franciscana, também às mulheres, bem como uma grande seriedade e coerência no cumprimento dos critérios académicos através dos quais é votado o reitor da comunidade académica da universidade. Esta abertura foi compartilhada com a Congregação para a Educação Católica da Santa Sé, que é responsável pela nomeação final.

Confrontada com o debate existente do papel da mulher dentro da Igreja Católica, a irmã Merlone afirmou que o papel das mulheres na Igreja está mudando, e se abrem mais oportunidades para funções de responsabilidade. Este é um dos objetivos reafirmado pelo Papa Francisco, que continua a exortar sobre a inclusão das mulheres na Igreja em todos os níveis, reconhecendo a sua contribuição insubstituível. Os Papas anteriores já tinham começado a confiar funções de “governança” a algumas mulheres. Por exemplo, gostaria de referir a nomeação da Irmã Enrica Rosanna, fma, como subsecretária da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida apostólica (CIVCSVa). Lembrou ainda que se deve combater o preconceito e incompreensão da mulher na Igreja reconhecendo a grande capacidade de reflexão e de gestão que as mulheres têm e que pode ser colocada a serviço das diversas comunidades eclesiais.

a Irmã Mary Melone tem um currículo notável, revelando um percurso em crescendo. Formada em Pedagogia na Universidade Livre de Maria assunta, tem doutoramento em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade antonianum; presidiu ao Instituto Superior de Ciências Religiosas “Redemptor Hominis” da mesma universidade no ano letivo de 2001­2002 e no ano letivo de 2007-­2008; em 02 de março de 2011, foi nomeada professora na Faculdade de Teologia; é presidente da Sociedade Italiana de Pesquisa Teológica (SIRT).

Para nos ajudar a compreender o pensamento de Francisco em relação ao papel da mulher, convém recordar as suas palavras na Universidade de Manila: Às vezes somos muito machistas e não deixamos lugar para a mulher, mas a mulher é capaz de ver as coisas com olhos diferentes dos olhos dos homens.
apesar disso, mantém a defesa de uma visão tradicional do papel das mulheres, pois tal como os seus antecessores não considera a ordenação de mulheres. No entanto essa posição redutora não o impede de reconhecer e promover o valor do feminino na Igreja, a ponto de haver dito: as mulheres são como os morangos num bolo, são sempre precisos mais, disse numa intervenção perante os membros da Comissão Teológica Internacional, em que o número de mulheres aumentou ligeiramente nos últimos anos. afinal o papel da mulher, a exemplo de Maria, pode estar no SIM à Igreja, como nós verificamos no quotidiano de muitas em Portugal e no mundo.