« a paternidade deve ser sinónimo de responsabilidade. Que isso seja claro», disse Francisco na conferência de imprensa a bordo do avião papal que o trazia de Manila para Roma. a negação da procriação como «coelhos» foi exemplo forte e controverso
« a paternidade deve ser sinónimo de responsabilidade. Que isso seja claro», disse Francisco na conferência de imprensa a bordo do avião papal que o trazia de Manila para Roma. a negação da procriação como «coelhos» foi exemplo forte e controversoO Papa tinha ainda bem presente a recordação dos acontecimentos ocorridos durante as cerimónias nas Filipinas, sobretudo o testemunho de uma jovem de 12 anos que esteve nas ruas e fez emocionar Francisco. Durante a leitura do texto, esta perguntou: por que razão Deus permite o sofrimento dos meninos? O Papa, que na ocasião adotou uma postura séria e respeitosa acabaria por dizer mais tarde: Ela hoje fez a única pergunta que não tem resposta, e não chegaram as palavras e teve de ser dita com lágrimas. O tema da família acabou por surgir com naturalidade nas perguntas dos jornalistas, tendo o Papa referido os baixos índices de natalidade na Itália e na Espanha, evocando Paulo VI (autor da encíclica Humanae Vitae), ao referir que este estudou, com a comissão, como ajudar os muitos casos, muitos problemas. São problemas importantes, que dizem respeito mesmo ao amor na família, certo? Os problemas do dia a dia – tantos deles.

Francisco mencionou ainda que o cristão não deve fazer filhos em série. Referiu, a propósito, o exemplo daquela mulher que estava esperando a sua oitava criança e que já tinha tido sete que haviam nascido por cesariana. Esta é uma irresponsabilidade. aquela mulher pode dizer: Não, eu confio em Deus. Mas, olhe, Deus deu os meios para ser responsável. alguns acham que – perdoe a expressão – para sermos bons católicos, temos que ser como coelhos. Não. Paternidade responsável. Isso é claro e é por isso que existem grupos de casais na Igreja, que existem especialistas nesta questão, que existem pastores que se pode procurar; e eu conheço tantos meios que são lícitos e que ajudam nisso.

Mantendo a mesma linha de pensamento Francisco sugeriu: Eu acho que o número de três filhos por família que você mencionou (em resposta a uma pergunta) – me faz sofrer – eu acho que é o número que os especialistas dizem ser importante para manter a população indo. Três por casal. Quando isso diminuiu, o outro extremo acontece, como o que está acontecendo na Itália. Ouvi dizer, não sei se é verdade, que em 2024 não haverá dinheiro para pagar pensionistas por causa da queda na população. assim, a palavra-chave, para lhe dar uma resposta, e a que a Igreja usa o tempo todo, e eu também, é paternidade responsável.como fazemos isso? Com diálogo. Cada pessoa com seu pároco procure como levar a cabo uma paternidade responsável.

Outro ponto importante que o Papa atribuiu a Paulo VI é que a verdadeira abertura à vida é condição para o sacramento do matrimónio. Um homem não pode dar o sacramento para a mulher, e a mulher dar para ele, se eles não estão em concordância neste ponto de estarem abertos à vida. a ponto de, se puder ser provado que este ou aquele se casou com a intenção de não estar aberto à vida, o matrimónio é nulo. É causa de nulidade do casamento, não?.
Outra coisa curiosa em relação a isso é que para a maioria das pessoas pobres, uma criança é um tesouro. É verdade que você deve ser prudente aqui também, mas para eles é um tesouro. alguns diriam Deus sabe como me ajudare talvez alguns deles não sejam prudentes, é verdade. Paternidade responsável, mas olhemos também para a generosidade daquele pai e daquela mãe que veem um tesouro em cada criança.

Outra constatação do Papa nos encontros com as famílias e os jovens nas Filipinas foi referida na audiência Geral de quarta-feira passada, em Roma: Ouvir dizer que as famílias com muitos filhos e o nascimento de tantas crianças são uma das causas da pobreza. Parece-me uma opinião simplória. Posso dizer que a causa principal da pobreza é um sistema económico que tirou a pessoa do centro e colocou no seu lugar o deus-dinheiro; um sistema económico que exclui e cria a cultura do descarte que vivemos. Esta é a causa da pobreza, e não as famílias numerosas.
Francisco conseguiu definir, com simplicidade e clareza, o verdadeiro motivo de que enferma a natalidade em geral. as suas palavras devem ser tidas em conta pelos responsáveis, especialmente na concretização de políticas de família mais consistentes.