Milhares de malauianos, vítimas das cheias, estão sem acesso a ajuda. Os Médicos Sem Fronteiras alertam para a falta de ajuda humanitária
Milhares de malauianos, vítimas das cheias, estão sem acesso a ajuda. Os Médicos Sem Fronteiras alertam para a falta de ajuda humanitária Cerca de 20 mil pessoas, no extremo sul do Malawi, região mais afetada pelas atuais enchentes, continuam sem acesso ao resto do país, sem comida, cuidados de saúde e formas de prevenir possíveis surtos de doenças, segundo a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). a ajuda humanitária está a chegar lentamente aos distritos de Chikwawa, onde as águas começaram a baixar.
Contudo, algumas das áreas mais afetadas só estão acessíveis por helicóptero, o que dificulta a intervenção humanitária. as enchentes estão a comportar-se como um lento tsunami, com o rio a encher gradualmente em direção ao sul e para Moçambique, refere em comunicado amaury Grégoire, coordenadora-geral de MSF no Malauí, que atualmente está em Nsanje a avaliar o impacto das enchentes.
a maior parte de Nsanje e de East Bank está submersa sob dois a três metros de água, o que transformou essas vastas planícies num lago gigante, engolindo casas e pontes. Mesmo que essas áreas estejam propensas a enchentes, as pessoas mais idosas com quem conversei não puderam lembrar-se de eventos dessa magnitude, explica a responsável.
Como as chuvas a abrandaram nos últimos dias, espera-se que os níveis de água também aliviem progressivamente. Porém, precisa de ser encontrada uma solução a longo prazo para as pessoas que tiveram os seus bens e colheitas completamente destruídos.
Diversos acampamentos foram montados para as pessoas que perderam as suas casas, mas a maioria delas encontrou refúgio em casas de amigos ou parentes que ainda estão de pé. as pequenas casas de barro estão lotadas, e, com a maioria dos poços contaminados pelas enchentes, as pessoas estão a viver em condições precárias e insalubres, acrescenta amaury Grégoire. além de construir latrinas para prevenir o surgimento de doenças transmitidas pela água, os MSF têm estruturado tendas, distribuído bens não alimentares, mosquiteiros e kits de tratamento de água.