Exaustos e com medo, centenas de senegaleses foram enviados de Marrocos para casa. as suas tentativas para entrar na Europa falharam, mas os seus sonhos pela terra prometida permanecem intactos.
Exaustos e com medo, centenas de senegaleses foram enviados de Marrocos para casa. as suas tentativas para entrar na Europa falharam, mas os seus sonhos pela terra prometida permanecem intactos. Estou contente por estar de volta, disse abdouramane Kande à agência de notícias IRIN. Ele fazia parte do primeiro grupo de imigrantes ilegais que aceitaram voluntariamente a repatriação. apesar de estar contente por ter saído de Marrocos, onde alega que as condições eram tão más que alguns morreram, Kande não esqueceu a razão que o levou a abandonar o seu país em 2003.
Em África há tanto sofrimento, disse o jovem de 27 anos. Semeamos as nossas sementes, mas não colhemos nada.
Kande, cansado da falta de perspectivas que enfrentava e com todas as suas poupanças no bolso, partiu numa viagem de dois anos através do Mali, Burkina Faso, Togo, argélia, Marrocos e, por um curto período de tempo, Espanha. Ele estava entre as centenas de imigrantes ilegais africanos que foram detidos quando tentavam entrar nos enclaves espanhóis de Ceuta e Melilha.
Num comunicado feito público esta semana, o chefe da representação das Nações Unidas para a África Ocidental, ahmedou Ould-abdallah, fez eco destas preocupações sobre a falta de oportunidade para os jovens num continente cada vez mais jovem.
até tenho receio de pensar no que podemos estar a contemplar dentro de, digamos, uns 20 anos, se não consolidarmos esforços para criar oportunidades e trabalho na África Ocidental, disse Ould-abdallah em Dakar, acrescentando que a organização que preside tem um conjunto de recomendações sobre o caminho a seguir para mudar esta situação.
Também o secretário-geral das Nações Unidas Kofi annan pensa que qualquer solução para a presente crise de imigração ilegal nos enclaves espanhóis tem que começar pelas causas da imigração ilegal. O que é importante não é fazer tentativas fúteis de impedir o movimento das pessoas através das fronteiras, disse em Genebra na semana passada. Não vai resultar.
De regresso ao Senegal à menos de uma hora, o sonho que tem Kande de entrar na Europa está em espera, mas não esquecido. agora não sei o que vou fazer, disse. Não quero voltar a tentar imigrar ilegalmente, mas também não posso ficar aqui. Talvez consiga um visto.