Dentro de cinco anos, vai haver uns 50 milhões de refugiados por motivos ambientais e ecológicos no mundo, foi a conclusão dos especialistas da Universidade das Nações Unidas. 
Dentro de cinco anos, vai haver uns 50 milhões de refugiados por motivos ambientais e ecológicos no mundo, foi a conclusão dos especialistas da Universidade das Nações Unidas.
Os especialistas defendem a urgente criação de uma nova categoria de refugiados: os refugiados ambientais. Eles acreditam que a degradação ambiental já obriga muitas pessoas a abandonar as suas casas, devido aos problemas políticos e sociais que provocam.
Há muitos assuntos ambientais envolvidos e pode haver interacção entre eles, disse Janos Bogardi, director do Instituto da Universidade das nações Unidas (UNU) para o ambiente e a Segurança Humana, em Bona, alemanha.
Especialmente nas zonas mais pobres, uma das principais causas de refugiados é a degradação da terra e a sua consequente desertificação, a qual pode ser causada pela interacção do uso insustentável da terra com as mudanças climáticas, tudo amplificado pelo aumento da população, disse Bogardi à BBC.
Outro assunto importante são as inundações, causadas, diria eu, pelos crescentes níveis de dióxido de carbono na atmosfera, que possivelmente interagem com flutuações naturais.
O número dado deriva de números presentes em relatórios anteriores, incluindo os números apresentados no relatório da Cruz Vermelha sobre desastres mundiais de 1999. Este cálculo leva à conclusão de que nos últimos anos os desastres naturais criaram mais refugiados que as guerras e outros conflitos armados.
Isto é, a crescente infertilidade do solo, a seca, as cheias e a desflorestação obrigou 25 milhões de pessoas a abandonar as suas casas. Muitos deste refugiados ambientais juntaram-se a comunidades urbanas já debilitadas, engrossando os números dos pobres e necessitados.
a UNU acredita que os refugiados ambientais precisam de mais protecção e, para que isso aconteça, é necessário consenso quanto à definição da sua situação. a convenção de 1951 que regula a condição de refugiado define estes como pessoas com um fundado medo de ser perseguidos devido à raça, religião, nacionalidade, grupo ou opinião política.
Precisamos de definir o que entendemos por refugiado político, económico e ambiental, disse à BBC Hans van Ginkel, reitor da UNU. Se definimos melhor o problema podemos preparar-nos para o nível de necessidade que devemos dar resposta, precisou.
Outro problema é que historicamente só são considerados refugiados os que se deslocam para outro país. No entanto, tragédias como o furacão Katrina demonstram que os deslocados por situações ambientais muitas vezes permanecem nos seus próprios países.
a UNU foi estabelecida a seis de Dezembro 1973 pela resolução 3081 das Nações Unidas. ao contrário de muitas universidades, não tem estudantes nem atribui graus académicos. É composta por vários centros de investigação em todo o mundo onde investigadores e estudantes do doutorado de outras universidades podem realizar a sua investigação. Recebe investigadores e estudantes principalmente de países em desenvolvimento. Tem sede em Tóquio, capital do Japão.