O diretor nacional da Obra da Rua admite encerrar as Casas do Gaiato em Portugal. Os responsáveis pela instituição contestam os «modelos completamente desajustados da realidade» que se pretendem impor à associação
O diretor nacional da Obra da Rua admite encerrar as Casas do Gaiato em Portugal. Os responsáveis pela instituição contestam os «modelos completamente desajustados da realidade» que se pretendem impor à associaçãoJúlio Pereira, sacerdote e diretor nacional da Obra da Rua, admite o encerramento das Casas do Gaiato em Portugal, caso a instituição continue a ser alvo de obrigações de natureza técnica e burocrática. Por vezes a sociedade organiza-se de tal maneira que impede a livre ação dos cidadãos, acaba por controlar em demasia essa ação e coartar a espontaneidade que é necessária para realizar esse trabalho, essa experiência de vida, disse o responsável, em declarações à agência Ecclesia.
Há vários anos que a Obra de Rua, com as suas Casas do Gaiato espalhadas pelo país, de apoio a crianças e jovens carenciados, contesta a atuação da Segurança Social para com o projeto, por a considerarem excessiva. a Obra de Rua é uma instituição juridicamente autónoma, também do ponto de vista do Direito Canónico, que não conta com qualquer tipo de apoio por parte do Estado.
O responsável lamenta a tentativa que tem sido feita para controlar o rumo da instituição, através da imposição de modelos completamente desajustados da realidade, no que concerne à missão e ao carisma deixado pelo Pai américo. Nesse sentido, admite o fim das Casas do Gaiato em Portugal e a sua transposição para outros países.
Já estamos em angola e Moçambique há 50 anos, mas iremos a outros lados, porque (tal como o padre américo) também nós procurámos Cristo e encontramo-lo na Igreja e nos pobres da Igreja. É a eles que queremos servir, destaca o sacerdote. O religioso lembra que a Obra de Rua nasceu da espontaneidade do padre américo para, de forma simples e livre, estar ao serviço dos mais carenciados e assim quer continuar.