Mais de 500 imigrantes expulsos de Melilha e Ceuta foram abandonados no deserto de Marrocos, denúncia uma agência humanitária.
Mais de 500 imigrantes expulsos de Melilha e Ceuta foram abandonados no deserto de Marrocos, denúncia uma agência humanitária. Os imigrantes afirmam ter entrado, ou tentado entrar, em Ceuta e Melilha mas foram obrigados a regressar, carregados em camiões e conduzidos à fronteira argelina.
a descoberta foi feita pela divisão espanhola dos Médicos Sem Fronteira (MSF), que acudiram depois das sucessivas tentativas de passar e fronteira que fizeram grupos de imigrantes em massa.
Seis imigrantes perderam a vida a seis de Outubro. ainda não se confirmaram as alegações de que alguns deles foram mortos a tiro.
Um grupo de 70 imigrantes foram expulsos de Melilha na sexta-feira, na primeira expulsão oficial sob o revivido acordo de 1992 entre Espanha e Marrocos. Este permite regressar os imigrantes ilegais, independentemente da sua nacionalidade.
até agora, os imigrantes que conseguiam entrar nos enclaves ficavam em casas de detenção ou eram enviados para a Espanha onde aguardavam a expulsão para os seus países de origem, sendo muitas vezes libertados.
Uma porta-voz dos MSF disse que dos 500 imigrantes encontrados no deserto, alguns tinham sido detidos antes de conseguir atravessar a fronteira para Ceuta ou Melilha, mas outros tinham sido ilegalmente expulsos pela polícia espanhola.
MSF disse que os imigrantes subsarianos tinham sido abandonados ao seu destino, centenas de quilómetros a sul dos enclaves. O grupo incluía mulheres grávidas e crianças. a agência disse que foram tratadas mais de 50 pessoas por ferimentos provocados pelo arame farpado das cercas que protegem as fronteiras.
No entanto, os MSF alegam que alguns ferimentos foram provocados pela acção violenta da polícia espanhola e marroquina já que mostravam marcas provocadas por balas de borracha.
Outras agências humanitárias afirmam ter provas de incidentes semelhantes a este nas últimas semanas. Também a agência das Nações Unidas para os refugiados já mostrou a sua preocupação e pediu acção conjunta para enfrentar a crise.
a União Europeia e a Espanha vão enviar missões para Marrocos para lidar com o assunto da imigração ilegal.