«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu e me enviou a anunciar a Boa Nova aos pobres, a curar os corações atribulados, a proclamar a redenção dos cativos e a liberdade aos prisioneiros, a promulgar o ano de graça do Senhor»
«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu e me enviou a anunciar a Boa Nova aos pobres, a curar os corações atribulados, a proclamar a redenção dos cativos e a liberdade aos prisioneiros, a promulgar o ano de graça do Senhor»aos sacerdotes e levitas que os judeus de Jerusalém enviaram a João Batista para lhe perguntarem quem ele era, João respondeu: Eu sou uma voz que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, e endireitai as suas veredas. Toda a ravina será preenchida, todo o monte e colina serão abatidos; endireitai os caminhos tortuosos e aplanai os escabrosos. E toda a criatura verá a salvação de Deus’ (Lucas 3,4-6). Esta resposta de João Batista tem o seu quê de muito moderno. Provavelmente já todos vimos o maquinário enorme usado na construção deautoestradasnos nossos dias: as colinas arrasadas, os vales preenchidos, as montanhas abatidas para que a estrada sejafacile velozmente trilhada pelos meios de transporte. É progresso, e do bom, mesmo se às vezes um tanto exagerado. Isaías e João Batista tinham outrasautoestradasem mente quando nos diziam estas coisas. Essasautoestradassão a maneira de preparar um caminho cómodo’ ao Senhor que vem a cada membro da humanidade, especialmente àqueles que têm a dita de o conhecerem mais de perto, e de modo particular durante o advento, a preparação para o Natal do Senhor Jesus. Porque, tão certo como haver uvas, podem medrar nos corações dos indivíduos, das famílias e das nações montanhas de injustiça para com os mais indefesos, colinas mesmo enormes de egoísmo nos corações e na vida de cada um de nós. arrasar as montanhas da injustiça, da violência, do desprezo pelos mais fracos; aplanar as colinas do ódio, do egoísmo, da indiferença para com Deus e para com o próximo; vencermos o nosso desinteresse por uma visita aos doentes, aos idosos, aos que não têm família; decidirmos praticar o nosso dever de fielmente participarmos com a comunidade na celebração eucarística semanal do dia do Senhor; sem jamais deixarmos de pensar que o mundo inteiro é nosso para lhe oferecermos a salvação material e espiritual a que têm direito e de que tão injustamente são espoliados tantas vezes. afinal nós os cristãos fomos ungidos’, consagrados ao Senhor no momento do nosso batismo com oólioda pertença a Deus e a alegria que essa mesma pertença nos traz. E hoje o mundo vive na agonia do seu próprio orgulho, tantas vezes assassino, ao considerar-se isento de adorar o Deus de quem recebeu todos os dons (cfRomanos 1,18-32). Sim, é belo o Natal, que tantospseudo-grandesdesprezam, o Natal que só os pequeninos e as crianças sabem saborear. Voltar aos braços acalentadores da nossa mãe que tudo resolviam em sorrisos, viver na coroa de humildade e da alegria que a Virgem de Nazaré possuía e, como Mãe da humanidade, quer partilhar connosco – que bom se conseguíssemos aplanar as nossas colinas e montanhas e vales humanos, psicológicos e espirituais. Basta um naco de humildade, que mais não é que a verdade. Mas é preciso genica, decisão – e humildade. E assim o nosso coração será um berço doirado onde o Senhor Jesus se sentirá amado e querido. E que assim seja!