Estudo promovido pelo Observatório da Deficiência e Direitos Humanos revela que a violência de género, incluindo os abusos sexuais, é mais elevada na população feminina com deficiência
Estudo promovido pelo Observatório da Deficiência e Direitos Humanos revela que a violência de género, incluindo os abusos sexuais, é mais elevada na população feminina com deficiênciaUma em cada duas mulheres com deficiência é vítima de violência de género, incluindo abusos sexuais, segundo um estudo do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos (ODDH), que aponta como absolutamente necessária a educação sexual para as pessoas portadoras de deficiência. O facto de as mulheres e raparigas com deficiência terem menos acesso à escolaridade, à formação, o facto de terem menos acesso aos apoios sociais existentes, tudo isto causa maior vulnerabilidade nas mulheres, deixando-as mais desprotegidas a estes atos de violência, explicou à agência Lusa Paula Campos Pinto, uma das autoras do estudo. Segundo a investigadora, a vulnerabilidade é ainda maior quando em causa estão mulheres com deficiência intelectual, já que são quem tem mais dificuldade em reconhecer atos de violência e distinguir entre o que é, em termos sexuais, um ato que é consentido e outro que é abusivo. ao mesmo tempo, estas pessoas têm também grande dificuldade em aceder a apoios, à justiça, a serem ouvidas e acreditadas nos seus testemunhos ou nas suas reclamações, sublinha Paula Campos Pinto, defendendo como absolutamente imprescindível que as pessoas com deficiência tenham acesso a uma educação sexual. O relatório Monitorização dos Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência em Portugal teve por base 60 entrevistas a pessoas com deficiência, com idades entre os 12 e os 70 anos, e foi divulgado esta terça-feira, 2 de dezembro, um dia antes de se assinalar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.