Estudo revela que uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual às mãos do seu parceiro e cerca de sete por cento foram vítimas de agressões sexuais por desconhecidos em algum momento da sua vida
Estudo revela que uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual às mãos do seu parceiro e cerca de sete por cento foram vítimas de agressões sexuais por desconhecidos em algum momento da sua vida as medidas existentes a nível mundial para erradicar a violência que sofrem as mulheres e crianças são insuficientes e exigem outro tipo de ações preventivas que permitam evitar futuros abusos neste segmento da população, concluiu um estudo divulgado esta semana pela revista The Lancet. Os dados recolhidos na investigação estimam que uma em cada três mulheres já experimentou a violência física ou sexual por parte dos seus companheiros e sete por cento têm pelo menos um caso de agressão sexual praticada por um desconhecido. O documento, publicado no âmbito da campanha internacional contra a violência de género promovida por várias organizações não governamentais, entre 25 de novembro e 10 de dezembro, alerta para os elevados índices de violência provocados por agressões ou outras ações, como a mutilação genital feminina (mais de três milhões de meninas estão em risco de sofrer esta prática), o tráfico humano, o casamento forçado (com cerca de 70 milhões de jovens casadas antes dos 18 anos contra a sua vontade), os conflitos armados ou as crises humanitárias. Não há uma varinha mágica para eliminar a violência contra as mulheres e meninas, mas a evidência diz-nos que é possível uma mudança nas atitudes e comportamentos, e que pode conseguir-se em menos de uma geração, afirma Charlotte Watts, diretor e fundador do departamento de Violência de Género no Centro de Saúde da Escola de Higiene e Medicina Tropical. Por sua vez, a diretora do Instituto Mundial de Mulheres da Universidade George Washington, Maria Ellsberg, considera que o estudo mostra que os múltiplos programas que envolvem comunidades inteiras são os mais eficazes na prevenção da violência contra mulheres e meninas e pede que se invista mais tempo e dinheiro na causa para alterar efetivamente as atitudes e ações em todo o mundo.